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Alemanha mais longe de atingir metas climáticas até 2030

Painel de especialistas alerta que país corre risco de ficar aquém do objetivo de reduzir 65% das emissões de CO2 até o final da década ou de atingir a neutralidade climática até 2045

Por Deutsche Welle

Um painel de especialistas em questões climáticas do governo federal da Alemanha pediu a adoção de novas medidas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, e alertou que o país deverá ficar aquém das metas estabelecidas para 2030.

O relatório do Conselho de Especialistas em Mudanças Climáticas divulgado nesta segunda-feira (03/06) avalia como improvável que o pais atinja o objetivo de reduzir 65% das emissões até o final da década – em comparação aos níveis de 1990.

O painel, cujos membros foram nomeados pelo governo com autonomia e independência para avaliar o desempenho climático do país, avalia que setores como os de transportes e da construção civil enfrentam grandes dificuldades para produzir menos CO2.

As conclusões contradizem declarações do ministro da Proteção ao Clima, o vice-chanceler Robert Habeck, que afirmou em março que o país estava no rumo para atingir suas metas, uma vez que as projeções da Agência Federal do Meio Ambiente (UBA) indicavam queda nas emissões.

O Conselho de Especialistas afirmou que as estimativas da UBA são excessivamente otimistas e que as emissões dos setores de energia, construção civil e transportes foram subestimadas.

De acordo com a Lei de Proteção ao Clima, o governo será obrigado a adotar novas medidas para atingir as metas de 2023 caso o Conselho de Especialistas confirme suas conclusões em seu relatório anual de 2025. O presidente do colegiado, porém, alertou que é melhor começar agir logo.

Metas ameaçadas

"Com esse pano de fundo, recomendamos não esperar até que a meta seja novamente descumprida e, ao invés disso, avaliar a implementação em tempo adequado de medidas adicionais", afirmou em nota o presidente do colegiado, Hans-Martin Henning.

O Conselho alertou que o país também poderá fracassar ao tentar atingir outras metas, incluindo a de reduzir as emissões em 88% até 2040 em comparação aos níveis de 1990, e a de atingir a neutralidade climática até 2045.

A redução das emissões através da eliminação do uso de combustíveis fósseis é considerada pelos especialistas como fundamental para enfrentar as ameaças das mudanças climáticas.

A divulgação do relatório ocorreu paralelamente a uma reunião dos negociadores do governo alemão para estabelecer as bases de atuação na Conferência do Clima da ONU (COP 29) em Baku, no Azerbaijão, no final do ano. O tema do evento deverá ser de que forma os países devem pagar pelo aumento dos custos gerados pelas mudanças climáticas.

rc (Reuters, DPA)

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