Alemanha teve o setembro mais quente da sua história. Com uma temperatura média de 17,2°C, a Alemanha registrou o setembro mais quente e o segundo mais ensolarado desde que as medições meteorológicas começaram em 1881, informou nesta sexta-feira (29/09) o Serviço Meteorológico Alemão (DWD).
Uma situação meteorológica ômega – de altas pressões estáveis na qual se estabelece uma alta pressão de bloqueio sobre a Europa Central – trouxe "enormes anomalias meteorológicas" para a Alemanha em setembro, detalhou o comunicado do DWD.
"Assim, sob a influência constante de altas pressões, a temperatura subiu para um nível nunca antes alcançado nos anais dos registros meteorológicos”, ao que se soma o fato de que “o sol brilhou incansavelmente, ao mesmo tempo que estava consideravelmente demasiado seco", ressaltou o DWD após as primeiras avaliações dos resultados das suas cerca de 2.000 estações de medição.
Com 17,2°C, a temperatura média em setembro ficou 3,9°C acima do valor do período de referência internacionalmente válido - de 1961 a 1990 -, enquanto em comparação com o período de referência atual e mais quente - de 1991 a 2020 -, a diferença foi de 3,4°C.
Desta forma, as temperaturas superaram por ampla margem os máximos anteriores do mês de setembro, registrados em 2006 e 2016, quando atingiram 16,9°C em média.
Na ocasião, o DWD informou que 2016 tinha sido um dos quatro meses de setembro mais quentes desde que as medições de temperatura começaram em 1881, juntamente com 1947, 1999 e 2006.
"As temperaturas recordes excepcionais deste ano na Alemanha em setembro são mais uma prova de que nos encontramos em plena mudança climática", disse Tobias Fuchs, chefe do Departamento de Clima e Meio Ambiente do DWD.
Decisivos para este recorde foram muitos dias de verão acima de 25°C e, especialmente nas planícies do norte da Alemanha, também um número notavelmente elevado de dias quentes acima de 30°C.
Setembro também foi excepcionalmente seco – com fortes tempestades em algumas regiões -, com precipitações que deixaram cerca de 32 litros por metro quadrado (l/m²), pouco mais da metade que no período de referência – de 1961 a 1990 –, quando cairam 61 l/m², e um pouco menos que a metade em comparação com os 65 l/m² entre 1991 e 2020.
Com cerca de 246 horas, o sol brilhou em setembro quase 65% mais do que as 150 horas do período de 1961 a 1990 e cerca de 57% mais do que as 157 horas do período de 1991 a 2020.
Este mês foi o segundo setembro mais ensolarado depois de 1959, quando o sol brilhou 264 horas.
França também teve recorde em setembro
A situação na Alemanha também se repetiu na França. O mês de setembro de 2023 foi o mais quente na França desde 1900, quando começaram a ser registrados dados no país, com uma temperatura média de 21,5°C, 3,6°C acima da temperatura considerada normal durante o período 1991-2020.
"A mudança climática favorece uma extensão das ondas de calor para além do verão", informou nesta sexta-feira a Météo France, organismo responsável por medir e estudar a evolução das temperaturas no país.
Durante este final de semana, as temperaturas na França continuarão elevadas, cerca de 10 graus acima do normal.
Devido à chegada de uma massa de ar quente vinda do deserto do Saara, a temperatura chegará aos 24°C em Paris, 29°C em Grenoble, 30°C em Estrasburgo e a até 33°C na bacia do Mediterrâneo.
A média de 21,5°C deste mês de setembro – ainda provisória porque o mês não terminou – supera as de 1949 (20,3°C) e 1961 (19,9°C). O período mais quente foi entre 3 e 11 de setembro.
Este setembro tórrido acontece depois de este verão meteorológico no Hemisfério Norte (junho, julho e agosto) ter sido o quarto mais quente desde o início do século 20, atrás apenas dos de 2003, 2018 e 2022.
jps (EFE)