O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de devolução do passaporte. O requerimento foi apresentado na última segunda-feira (25) no STF e alegava que o político precisaria do passaporte para uma viagem a Israel em maio, segundo o advogado Fábio Wajngarten.
O documento do ex-presidente foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro, durante desdobramentos da Operação Tempus Veritatis, que investiga suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder.
Nas redes sociais, Wajngarten criticou o vazamento da informação. De acordo com ele, a defesa ainda nem teve acesso à decisão do relator.
Nesta semana, o jornal americano The New York Times divulgou imagens do ex-presidente na embaixada da Hungria. Bolsonaro afirmou ao ministro Alexandre de Moraes que seria "ilógico" sugerir que ele pediria asilo político durante o período em que ficou hospedado no local.
“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, afirmou a defesa.
Os advogados também afirmaram que o ex-presidente sempre manteve interlocução com as autoridades húngaras e rechaçaram ilações sobre eventual pedido de asilo diplomático.
“São, portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação às investigações a ele dirigidas”, completou a defesa.