O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estupro durante uma cesariana, participou de pelo menos 90 partos entre maio de 2021 e julho deste ano.
A informação está em um relatório da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro enviado para a Defensoria Pública. A lista traz a relação de cesarianas que contaram com a participação do médico na rede estadual, mas não engloba os procedimentos nas unidades particulares que contavam com o serviço dele.
As unidades ficam em Mesquita, Duque de Caxias, Niterói e São João de Meriti, no mesmo hospital onde o médico estuprou uma paciente durante uma cesariana.
O anestesista está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
Medicamentos incomuns eram usados
Em depoimento, uma das técnicas de enfermagem do hospital relatou que dentre os medicamentos usados por Giovanni estavam Propofol e Ketamina, incomuns para cesáreas, segundo especialistas.
"Esses sedativos são usados quando você precisa complementar a anestesia, por exemplo, quando você tem uma falha de bloqueio no final da cesariana. A ideia é que essa sedação seja o mais leve possível, você aprofunda de acordo com a necessidade, sempre considerando que deve-se usar a menor quantidade de medicação possível, pelo menor tempo possível. O ideal é que a mãe se sinta sedada o mínimo possível para que ela possa cuidar do bebê nas próximas horas", explicou o vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetricia do Rio de Janeiro, Renato Sá.
O registro profissional de Giovanni foi suspenso provisoriamente pelo Conselho de Medicina do Rio. O médico está preso preventivamente desde 12 de julho.