Após meio ano de guerra, Israel retira tropas do sul da Faixa de Gaza

Retirada foi interpretada como exigência de Biden, ou um gesto para o Hamas ser mais flexível nas negociações para troca de reféns por prisioneiros palestinos. Porta-voz nega

Por Moises Rabinovici

Após meio ano de guerra, Israel retira tropas do sul da Faixa de Gaza
Militares de Israel em operação na Faixa de Gaza
Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

Meio ano de guerra, e Israel está à espera de um ataque do Irã — a vingança pela morte do comandante dos Guardiães da Revolução Islâmica, o seu vice e mais cinco outros militares em um prédio iraniano em Damasco, na Síria, num bombardeio de Israel, na semana passada.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) se retiraram do sul de Gaza no fim de semana. Não havia mais o que fazer lá, enquanto a ordem para atacar Rafah vai sendo adiada. A retirada foi interpretada como exigência do presidente Biden, ou um gesto para o Hamas ser mais flexível nas negociações para troca de reféns por prisioneiros palestinos. Um porta-voz desmentiu ambas as interpretações.

Uma delegação israelense, liderada pelo chefe do Mossad, David Barnea, partiu para o Cairo, com a esperança de um acordo. O Gabinete de Guerra lhe deu liberdade para fazer concessões. Mas no meio do dia, no horário do Oriente Médio, o Hamas desmentiu a existência de progressos. Foi como um eclipse. Seria uma vitória se Netanyahu conseguisse um acordo antes do domingo, quando os judeus comemoram o Pessach, a Páscoa judaica, celebrando a fuga dos israelitas do Egito, liderados por Moisés. O Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, será encerrado nesta terça-feira.

O Hamas parece decidido a esperar. A pressão internacional e dos EUA sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu joga a seu favor. Os israelenses nas ruas pedindo novas eleições, idem. Um ataque iraniano, suspenso no ar, será uma ampliação da guerra de consequências perigosas para o Oriente Médio e os Estados Unidos.

Na reunião do Gabinete de Guerra do domingo, o primeiro-ministro Netanyahu declarou: “Israel está a um passo da vitória”, e acusou o Hamas de “impedir um acordo”. Este passo está distante. Na saída do sul de Gaza, o exército trouxe mais quatro corpos de soldados que morreram em combate, já mais de 600. O balanço dos palestinos mortos chegou a 33.175, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. Pelos cálculos israelenses, 12 mil combatentes devem estar incluídos no total. Restam 134 reféns nos túneis de Gaza.

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