O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou na noite desta segunda-feira (11) em meio à onda de violência no país. Ele deve deixar o cargo quando um conselho de transição e um substituto forem instaurados.
Antes do pronunciamento de Ariel Henry, a renúncia do premiê haitiano havia sido confirmada pelo presidente da Guiana, Irfaan Ali, que também lidera a Comunidade do Caribe.
Em vídeo divulgado sobre a renúncia, Henry, que está em Porto Rico e não pode retornar ao Haiti, apelou para as pessoas permanecerem calmas até que uma transição de poder possa ser instaurada.
“O governo que lidero renunciará imediatamente após a instalação de um conselho (de transição)”, disse Henry. “Quero agradecer ao povo haitiano pela oportunidade. Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, completou.
A decisão de Ariel Henry acontece após o país decretar estado de emergência após grupos armados de gangues do país atacarem penitenciárias e mais de três mil detentos conseguirem escapar do sistema prisional haitiano.
O Haiti vive uma crise humanitária, política e de segurança desde o assassinato do então presidente do país Jovenel Moïse, em 7 de julho de 2021. No mesmo ano, Henry assumiu o poder.
Segundo o jornal britânico The Guardian, um funcionário dos Estados Unidos declarou que Henry decidiu renunciar ao cargo na última sexta-feira (8) e expressou o desejo de retornar ao país no futuro. A demissão foi apresentada ao Caricom após o bloco realizar uma reunião de emergência sobre a situação atual do país.