A Justiça de São Paulo concedeu progressão a Lindemberg Alves Fernandes, assassino de Eloá Cristina. Com isso, ele segue para o regime semiaberto.
O Ministério Público fez parecer contrário ao relaxamento do regime, mas a juíza Sueli de Oliveira Armani entendeu que a defesa conseguiu "comprovar a presença dos requisitos legais necessários".
Armani destacou o bom comportamento carcerário do condenado. "Atitudes no cotidiano prisional sinalizam reestruturação em seu conjunto de valores éticos e morais", escreveu ela na decisão.
A juíza também disse que Lindemberg "arrepende-se profundamente e lamenta perda irreversível à família da vítima".
A magistrada ainda rebateu argumentos contrários à progressão da pena. "De fato, as considerações em desfavor se resumem basicamente em três fatores: impulsividade, superficialidade e imaturidade. Tais distúrbios, entretanto, são detectáveis em grande parte dos seres humanos sobre a face da terra, e não autorizam a conclusão determinista de que o erro do passado irá se repetir no futuro", explicou.
Lindemberg está preso desde 2008, quando matou a ex-namorada Eloá Cristina. Ele tinha 22 anos e invadiu a casa da vítima, 15 anos, em Santo André e fez ela e amigos reféns. Depois dias de impasse, a polícia invadiu o local e Lindemberg matou Eloá e feriu Nayara Silva.
Nayara tinha sido libertada, mas voltou ao apartamento a pedido do assassino e com permissão dos policiais. A ação das autoridades foi amplamente discutida na época. Lindemberg foi condenado a 98 anos e 10 meses.