A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU)aprovou nesta terça-feira (12/12), por uma ampla maioria, uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, no conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.
O projeto de resolução, apresentado pelo Egito e copatrocinado por cerca de 80 Estados-membros da ONU, obteve 153 votos a favor, 10 contra e 23 abstenções. Os votos favoráveis excederam os cerca de 140 países que têm apoiado rotineiramente resoluções que condenam a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Entre os países que votaram contra estão Israel, Estados Unidos e Áustria. Já entre os que se abstiveram estão Ucrânia, Itália, Reino Unido e Alemanha. O Brasil votou a favor.
A resolução aprovada nesta terça manifesta preocupação com a "situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza", "exige um cessar-fogo humanitário imediato" e apela à proteção dos civis, ao acesso humanitário e à libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns.
No entanto, da mesma forma que texto adotado pela Assembleia-Geral no final de outubro, o texto não condena especificamente o Hamas – uma das principais críticas frequentes de Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Veto dos EUA no Conselho de Segurança
Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou um texto semelhante. Embora 13 dos 15 países tenham votado a favor de uma resolução pedindo uma trégua imediata, os EUA foram contrários à ideia e, como membro permanente, exerceram seu poder de veto.
Ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança, as da Assembleia-Geral não são juridicamente vinculativas. Apesar disso, refletem a opinião da comunidade internacional.
O enviado palestino às Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que a votação marcou "um dia histórico em termos da mensagem poderosa que foi enviada pela Assembleia-Geral".
le (Lusa, AFP)