O Assessor Especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins, foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de racismo. Martins pode ser condenado à prisão, ao pagamento de multa mínima de R$ 30 mil e à perda de cargo público.
No dia 24 de março, o assessor acompanhou o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em uma sessão do Senado que tratava da ação do ministério para a facilitação da importação de vacinas e insumos para o combate da Covid-19.
Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), discursava, Martins fez com a mão um símbolo de "ok", usado por supremacistas brancos. "O gesto realizado pelo denunciado, por duas vezes, em momentos distintos, buscou
reproduzir as letras “W” e “P”, em referência à expressão “White Power” (“Poder Branco”, em inglês)", diz a denúncia.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) identifico e acreditou ser a princípio um gesto obsceno, mas posteriormente foi revelado que seria um aceno racista de extrema direita.
Martins justificou dizendo que estava apenas ajeitando a lapela do paletó, mas a perícia identificou que ele troca mensagens no celular antes de fazer o gesto por duas vezes e olha diretamente para a câmera que transmitia a sessão.
A denúncia explica que "o gesto, embora seja usualmente conhecido como sinal de "OK", ganhou novo significado a partir do seu uso frequente por grupos de extrema direita, o que o levou a ser adicionado a uma lista de símbolos de ódio pela Liga da Antidifamação (ADL), organização americana que monitora crimes de ódios".
A investigação também analisou postagens de Martins que corroboram para a propagação de ideologia supremacista.