Ataque de Israel em Gaza matou três líderes do Hamas, diz televisão local

Por Moises Rabinovici

Ataque de Israel em Gaza matou três líderes do Hamas, diz televisão local
Ataque de Israel no deserto de Khan Yunis
REUTERS/Mohammed Salem

O ataque aéreo israelense ao acampamento de Muwasi, área de proteção aos deslocados em Gaza, que teria matado pelo menos 40 pessoas segundo o Hamas, provocando uma condenação internacional imediata a Israel, foi revisado para 19 mortos e 60 feridos pelo Ministério da Saúde de Gaza. Três líderes importantes do Hamas estavam em Muwasi e morreram, segundo a rede Al Jazeera de TV: o chefe da “força aérea” Samer Ismail Khader Abu Daqqa; o chefe da vigilância e alvos da Divisão de Inteligência, Osama Tabash, e o oficial sênior Ayman Mablouth.

Cerca de 20 tendas de deslocados foram incineradas com o ataque e três grandes crateras abertas pelas bombas no deserto de Khan Yunis. O número de mortos deverá aumentar, porque há corpos sob os escombros e feridos em estado crítico. O porta-voz militar israelense comunicou que foram tomadas medidas para minimizar a morte de civis, inclusive aviso prévio de que o local seria alvo de um ataque.

Outro ataque israelense, com drone, matou o comandante da força de elite do Hezbollah, Muhammad Qassem al-Shaer, numa estrada perto do Lago Qaraoun, no Vale de Bekaa, a 40 quilômetros da fronteira norte de Israel.

Quando o ataque em Muwasi havia matado pelo menos 40 pessoas, segundo as primeiras informações do Hamas, o Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, denunciou “o desrespeito flagrante” de Israel pelo direito internacional nos territórios palestinos ocupados. “Condeno veementemente os ataques aéreos mortais de hoje de Israel numa área densamente povoada numa zona humanitária designada por Israel em Khan Younis, onde pessoas deslocadas estavam abrigadas”, também afirmou o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland.

O secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, descreveu o ataque como “chocante”, e acrescentou: “Estamos reunidos num momento crítico para garantir um cessar-fogo em Gaza, com as mortes chocantes em Khan Yunis esta manhã apenas reforçando o quão desesperadamente necessário é esse cessar-fogo”. Com ele estava o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que, depois de dez visitas a Israel, Egito, Catar e Jordânia não conseguiu quebrar o impasse nas negociações para cessar-fogo e libertação de reféns.

A guerra em Gaza completou 11 meses, com mais de 41 mil mortos do lado palestino, entre os quais, segundo Israel, de 17 a 19 mil homens do Hamas.

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