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Operação israelense em Rafah ‘pode causar massacre’, alerta agência da ONU

Escritório de Assuntos Humanitários apontou para a possibilidade de alto número de mortes na cidade do sul da Faixa de Gaza se ocorrer uma operação militar israelense

Da Redação com ONU News

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Crianças em cima de escombros de uma casa bombardeada em Rafah, no sul de Gaza
REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Uma operação militar israelense em Rafah, cidade do sul da Faixa de Gaza que abriga muitos refugiados, "poderia causar um massacre" e prejudicar o trabalho humanitário no enclave. O alerta foi feito pelo Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) nesta sexta-feira (3).

O porta-voz do Ocha, Jens Laerke, afirmou em coletiva de imprensa na sede da ONU em Genebra que “qualquer operação terrestre significaria mais sofrimento e morte” para os 1,2 milhão de palestinos deslocados que se abrigam no local.

Preocupada com uma incursão militar em grande escala, a Organização Mundial da Saúde disse que foram feitos planos de contingência, mas eles não serão suficientes para evitar o agravamento da situação humanitária em Gaza.

O representante da OMS no Território Palestino Ocupado, Rik Peeperkorn, afirmou que o plano funciona como um “curativo” e não evitará a “mortalidade e a morbidade adicionais substanciais causados por uma operação militar”. 

Falando de Jerusalém, o médico da OMS alertou que uma operação militar provocaria uma nova onda de deslocamento, mais superlotação, menos acesso a alimentos essenciais, água e saneamento e mais surtos de doenças.

Acesso humanitário

Ele ainda observou que a piora na situação de segurança também poderia impedir seriamente o movimento de alimentos, água e suprimentos médicos para Gaza e através dos pontos de fronteira.

Apesar de "uma ligeira melhora" na disponibilidade e na diversidade de alimentos em Gaza nas últimas semanas, Peeperkorn negou qualquer sugestão de que a ameaça iminente de desnutrição aguda tenha diminuído para os mais vulneráveis do enclave.

Ele explicou que os efeitos serão vistos nos próximos anos, observando que 30 crianças já morreram devido a doenças ligadas à desnutrição.

Situação dos hospitais

Depois de quase sete meses de bombardeios israelenses, provocados pelos ataques terroristas liderados pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, apenas 12 dos 36 hospitais de Gaza e 22 das 88 instalações de saúde primária do enclave palestino estão "parcialmente funcionais".

A agência da ONU revelou que entre eles está o Hospital Najjar, em Rafah, que oferece tratamento de diálise a centenas de pessoas. 

O líder da equipe da OMS em Gaza, Ahmed Dahir, afirmou que o sistema de saúde “mal está sobrevivendo”, assim, se houver alguma operação, a população e os pacientes não poderão acessar esses hospitais, o que pode causar uma “catástrofe”.

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