Até impeachment, Witzel acumulou polêmicas e derrotas em votações

Entre a posse e o impedimento, foram dois anos e quatro meses de gestão do ex-juiz

Gustavo Sleman, da BandNews Fm Rio

Witzel entrou para a história, mas não da forma como prometeu durante toda campanha e gestão Carlos Magno/Governo do RJ
Witzel entrou para a história, mas não da forma como prometeu durante toda campanha e gestão
Carlos Magno/Governo do RJ

Do fenômeno eleitoral ao afastamento definitivo do cargo, Wilson Witzel entrou para a história, mas não da forma como prometeu durante toda campanha e gestão. Apesar da promessa de acabar com a corrupção, o ex-juiz federal foi o primeiro governador do Rio a sofrer impeachment, condenado por crimes de responsabilidade. 

Entre a posse e o impedimento, foram dois anos e quatro meses, contando o tempo em que ficou afastado por decisões do Superior Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa. Durante todo esse período, Witzel acumulou polêmicas e derrotas em votações decisivas.

Antes mesmo de assumir a gestão do Palácio Guanabara, o ex-governador dividiu opiniões ao defender que bandidos flagrados com fuzis deveriam ser 'abatidos'.

Já em 2021, mudou o tom em vídeo gravado durante culto religioso.

À frente do governo, Witzel apresentou uma novidade: uma faixa semelhante a presidencial, mas com as cores da bandeira do estado. No Carnaval de 2019, usou um colete que o identificava como governador.

Em diversas entrevistas, Wilson Witzel não escondia a intenção de se candidatar à presidência da República, o que causou mal estar com Jair Bolsonaro e em seguida um rompimento definitivo entre os dois. Witzel também sofreu críticas do vice-presidente Hamilton Mourão, após publicar a conversa entre os dois sobre alagamentos no Norte Fluminense.

Para o cientista político Guilherme Carvalhido, Witzel foi soberbo em muitas ocasiões e acabou fracassando como símbolo da chamada nova política. A área de segurança pública foi outro ponto muito debatido durante a gestão do governador impichado. Em cerimônia no Batalhão de Operações Especiais, ganhou um quadro com seu rosto feito de projéteis.

Em outro episódio, dentro de um helicóptero, Witzel acompanhou policiais em operação na cidade de Angra dos Reis. Na ocasião, moradores afirmaram que disparos feitos pela aeronave atingiram uma tenda montada por um grupo religioso.

Witzel voltou a se envolver em polêmica quando em agosto de 2019 apareceu comemorando o desfecho de um sequestro na Ponte Rio-Niterói, que acabou com a morte do criminoso.  Em outro momento, o ex-governador chegou a dizer que usuários de maconha flagrados em praias seriam levados para delegacia.

Ele também sofreu outras derrotas na Assembleia, como a comissão especial de impeachment instalada, e em seguida, 69 dos 70 deputados da Casa votaram pela continuidade do processo.

Na última sexta (30), no julgamento que selou o futuro de Witzel, o placar ficou em 10 a 0. O sétimo voto, que configurou a maioria necessária para o impedimento, foi do deputado Alexandre Freitas, do Novo. Um dos autores do pedido de impeachment na Alerj, o parlamentar Luiz Paulo, do Cidadania, acredita que cumpriu o papel de fazer justiça.

Wilson Witzel também perdeu os direitos políticos por cinco anos. Após o resultado, o agora ex-governador disse ser inocente e que sofre perseguição política. Ele estuda recorrer da decisão.

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