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Até onde vai a influência de Lula e Bolsonaro no pleito? Band Eleições analisa

Da Redação

O ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro
O ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro
Paulo Whitaker e Adriano Machado/Reuters

O Band Eleições desta quinta-feira, 22, discutiu o atual cenário político nas principais capitais do País e os impactos nacionais destas disputas. Apresentado por Sheila Magalhães, o programa teve participações dos jornalistas Fernando Mitre, Eduardo Oinegue e dos cientistas políticos Antonio Lavareda e Fernando Schüler.

Para Schüler, em um ano sem campanhas nas ruas - devido à pandemia de coronavírus, o horário eleitoral tem tido um peso ainda maior. "E também a internet, mas a internet virou uma selva também. Para se destacar lá está mais difícil", analisa.

As inserções de propaganda política na TV, fora do horário político, também têm mostrado resultado. "Temos percebido sinais como candidatos com mais tempo de TV começando a sair na frente [em pesquisas]”.

O jornalista Fernando Mitre ressalta ainda que nomes que influenciam a política, como o ex-presidente Lula e o atual presidente Jair Bolsonaro, podem não ser tão decisivos assim na corrida eleitoral quanto se pensava. “Não há, pelo menos até agora, elementos que comprovem isso". Para Mitre, os temas locais – salientados com a crise da covid-19, vão pesar mais no voto do eleitor.

Antonio Lavareda, pro sua vez, acredita que Lula e Bolsonaro podem ser influenciadores, mas não condutores de voto. "Há muito tempo não temos mais o voto de cabresto", destaca. 

O cientista político também ressalta que tal influência é maior quando a disputa é de cargos semelhantes aos dos influenciadores. "Presidentes influenciam eleições presidenciais, governadores as eleições estaduais e prefeitos as eleições municipais".

Schüler também observa uma popularidade de prefeitos que tentam a reeleição estão tendo no pleito deste ano. "Há casos incríveis, como o Alexandre Kalil, em Belo Horizonte, que não faz campanha e tem 59% [da preferência dos votos] ou o Rafael Greca, em Curitiba, com quase 50%; são casos fora da curva, mas os prefeitos atuais estão conseguindo isso”, exemplifica.

Voltando à questão da influência de Bolsonaro na corrida eleitoral e ampliando para candidatos que tentam se alinhar à sua imagem (exemplo de Celso Russomanno em São Paulo), para Fernando Schüler, não necessariamente esta via é de mão dupla. “A posição estratégica nesse momento do Bolsonaro é não entrar em campanha eleitoral”, explica. “Se ele entrar, pode criar antipatia com os outros [candidatos].”

Ainda na opinião do cientista político, o segundo turno deve ser marcado ainda pelo conflito ideológico visto nas eleições de 2016 e 2018. “Um candidato da esquerda e outro mais conservador que pode ter o apoio de Bolsonaro”.

Por fim, Schüler destacou ainda outro fenômeno deste pleito: as frenéticas mudanças de partido. Segundo ele, 2/3 dos candidatos pularam de uma sigla para outra. “A fidelidade partidária no Brasil é uma bagunça”, ponta. Os partidos que mais ganharam candidatos foram Democratas, PP e PSD. “São a velha política e isso ocorre em busca de uma eficiência eleitoral”.

Assista ao programa na íntegra:

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