Um homem-bomba detonou-se neste domingo (1º), próximo à entrada do Ministério do Interior da Turquia, no centro da capital, Ancara. Dois policiais ficaram levemente feridos. O perpetrador sucumbiu à explosão, enquanto um segundo agressor foi morto em tiroteio com as forças de segurança.
Como revelaram câmeras de vigilância, ambos haviam chegado ao local num automóvel comercial leve. A polícia isolou a área, alertando a população que realizaria explosões controladas de pacotes suspeitos.
O atentado ocorreu horas antes da programada reabertura da Grande Assembleia Nacional, o órgão legislativo turco, localizado na mesma área, com um discurso do presidente Recep Tayyip Erdogan, após recesso de três meses.
O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, classificou como terrorismo o incidente, cuja autoria não foi reivindicada por nenhuma organização.
"Nossos heroicos agentes de polícia, usando sua intuição, resistiram aos terroristas tão logo eles desceram do veículo. Um deles se explodiu, enquanto o outro levou um tiro na cabeça antes de ter a chance de se detonar", relatou Yerlikaya à imprensa, acrescentando: "Nossa luta contra o terrorismo, seus colaboradores, os [narco]traficantes, continuará com determinação."
O ministro da Justiça, Yilmaz Tunç, afirmou na plataforma X (ex-Twitter) que uma investigação foi iniciada sobre o "ataque terrorista", e que "esses atentados não vão, de forma alguma, obstruir a luta da Turquia contra o terrorismo."
Possíveis conexões com ingresso da Suécia na Otan
Grupos militantes curdos e de extrema esquerda têm perpetrado atentados mortais em diversas partes da Turquia. Em 2022, uma detonação numa rua de pedestres movimentada na metrópole de Istambul causou seis mortes, além de ferir mais de 80. Na época, Ancara atribuiu o ato ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), declarado ilegal, assim como a grupos sírio-curdos associados a ele.
O discurso de Erdogan no parlamento é aguardado com atenção, à procura de indicações de quando os políticos ratificarão a filiação da Suécia à Otan. Estocolmo solicitou o ingresso na organização juntamente com a Finlândia, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022.
Para o processo se completar, faltam apenas os votos da Turquia e da Hungria. O governo de Erdogan justifica sua relutância acusando a Suécia de leniência excessiva com grupos considerados ameaça à segurança da Turquia, como é o caso do PKK.
O Egito, que normalizou recentemente as relações com a Turquia após uma década de tensões, condenou o atentado deste domingo, oferecendo solidariedade. Diversas embaixadas estrangeiras também emitiram mensagens nesse sentido.
av (AFP,AP)