Aumentou o número de acidentes com ciclistas em rodovias que ligam a capital à Baixada Santista. Um dos motivos é a falta de espaço específico para o tráfego, o que leva muita gente a se arriscar no meio de carros e caminhões.
Sem espaços adequados para bicicletas em rodovias, os ciclistas se arriscam em acostamentos e em vias sem sinalização. A consequência é um número maior de acidentes envolvendo ciclistas.
Na rodovia dos Imigrantes, por exemplo, 12 ciclistas se feriram entre janeiro e maio deste ano, no mesmo período, em 2020, foram sete e, em 2019, foram oito acidentes.
As estradas Padre Manoel da Nobrega e Cônego Domenico Rangone também apresentaram aumento no número de acidentes envolvendo bicicletas.
A Padre Manoel da Nobrega é a que mais registra acidentes: 44 acidentes com ciclistas entre janeiro e maio.
Mariana Penatti foi uma das vítimas. Ela estava pedalando com um grupo de amigos no acostamento há 3 semanas na Imigrantes quando uma barra de ferro atingiu a bicicleta.
“Chegando no acesso da Imigrantes, após a ponte estaiada, uma barra de ferro veio rolando da pista e a gente tentou desviar. Um dos ciclistas da minha frente conseguiu desviar, mas quando chegou na minha direção eu não consegui e bati nela. Bati no guard rail e fraturei quatro costelas, sete vertebras, três cervicais e a clavícula direita”, contou.
Medidas
Para tentar evitar acidentes envolvendo bicicletas em estradas, em 2018 o estado de São Paulo aprovou um plano cicloviário que prevê ciclofaixas em rodovias.
Porém, desde então, apenas 13 km de ciclofaixas foram construídos em estradas que ligam São Paulo à Baixada Santista: estão distribuídos entre a Imigrantes, a Padre Manoel e a Cônego, segundo a Secretaria estadual de Logística e Transportes.
Um desses trechos fica no km 63 da Imigrantes, em Cubatão, mas a ciclofaixa começa no meio de um GR e termina, 2,5 quilômetros depois numa passarela, afirma o presidente da Frente dos Ciclistas de Santos, Jesse Teixeira.
“Essa ciclovia que foi projetada ali em cima da ilha Caraguatá, no município de Cubatão, que levaria os ciclistas até a cidade de Praia Grande não possibilita os ciclistas de andar com segurança tem que ir para pista disputar espaço com caminhão e ônibus. Essa ciclovia começa e não termina”, disse.
A construção de ciclofaixas ao lado de rodovias se baseia na lei do código de trânsito. De acordo com o CTB caso não haja ciclofaixa ou acostamento, o indicado é pedalar na própria pista da estrada, ressalta o integrante do núcleo jurídico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Maurício Pontello.
“O CTB diz que nas vias urbanas ou nas vias rurais de pista dupla, a circulação de bicicleta deve ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, no bordo da própria pista de rolamento”, explicou.
Autoridades
A secretaria estadual de Logística e Transportes afirma, por meio de nota à Rádio Bandeirantes, que planeja construir mais espaços para ciclistas em estradas, concedidas ou não.
De acordo com a Agência de Transporte do Estado de São Paulo, já existe um projeto de implantação de vias para ciclistas ligando as cidades de São Paulo e Santos, com passagem por São Bernardo e Cubatão.