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Banco Central saiu na frente no combate à inflação no mundo, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central foi o convidado do Canal Livre e comentou sobre o atual momento econômico do país

Da redação

Roberto Campos Neto foi o convidado do Canal Livre deste domingo  Foto: Andrey Mattos
Roberto Campos Neto foi o convidado do Canal Livre deste domingo
Foto: Andrey Mattos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi o convidado do Canal Livre deste domingo. No programa ele falou sobre a política monetária brasileira e o atual quadro econômico do país, além de esclarecer as políticas sobre juros, câmbio e a inflação. O presidente também fez um balanço do que foi feito até o momento e o cenário que se projeta na economia brasileira.

Na entrevista, Campos Neto comentou as estratégias para a taxa Selic na tentativa de controlar a inflação. “O Banco Central faz uma análise periódica. Mesmo tendo uma defasagem, se a gente pegar o que foi feito, o Banco Central saiu na frente! Nós entendemos que existia um problema global, que muitos entenderam que era um problema de demanda, mas nós entendemos que era um problema de oferta. Por isso saímos na frente de muitos outros países no mundo. Nosso entendimento hoje é que 12,75% é uma taxa capaz de levar a inflação para a meta num horizonte relevante” disse.

Roberto falou sobre como estão as previsões para que a inflação alcance os estimados 3,5% até o fim de 2022. “A nossa projeção hoje é que o pico aconteça em abril, e depois começaria a descer. Tem um elemento que gera volatilidade nesses números do mês a mês, que é a velocidade do repasse do aumento de combustíveis para a bomba. Isso significa que você vai ter uma inflação mais curta, maior, mas em compensação no mês seguinte ela vai ser menor. A gente continua achando que em abril a gente vai ver o maior valor, depois a gente acredita que tenha uma queda. Mas estamos num ambiente de muita incerteza. Podemos ter novos desdobramentos da guerra, ou outro choque nesse sentido. Então se a gente analisar os preços do petróleo e metais em reais o preço está equiparado, pela valorização da nossa moeda. E isso leva algum alento quando vemos num período mais longo”.

DÓLAR

Em relação ao dólar e como a variação dele afeta a nossa economia, Campos Neto disse que é importante reconhecer o que está acontecendo. “Nós temos algumas forças que estão fazendo o câmbio depreciar. E por que isso? Na margem, por exemplo, os números estão bem melhores, geramos um ano de superávit, o número primário de janeiro foi muito melhor que o esperado. O nosso trabalho rápido no Banco Central também é um outro fator. Fomos o único Banco Central de um país emergente que já está num campo restritivo, o que as pessoas entendem que está mais perto do final do ciclo. Assim como investimento em empresas brasileiras, a subida na produção de commodities, enfim, são esses vários fatores que explicam essa variação do dólar e a valorização do real frente à moeda americana”, afirmou.

GASOLINA

Falando sobre gasolina, Campos Neto comentou qual o papel do Banco Central nas resoluções que são feitas no preço do combustível. “Eu não posso falar sobre política de preços da Petrobrás. Toda vez que o Banco Central vai numa reunião para falar de alguma coisa relacionada a esse tema, você vai com um corpo técnico e tentar quantificar o quanto aquilo vai afetar na política da inflação. Então minha única função é dar argumentos técnicos para ajudar na decisão que vai ser tomada. Mas o Banco Central não pode interferir em nenhuma decisão tomada pela Petrobrás”.

PIX

Além de falar de fatores econômicos mais técnicos, Roberto Campos Neto também abordou um tema que entrou de vez na vida dos brasileiros: o PIX. O presidente do Banco Central comentou sobre a grande aceitação que a forma de pagamento teve por parte dos brasileiros. 

“O que a gente entendeu era que precisávamos de uma forma de pagamento instantâneo e barato! Que ele fosse seguro, rápido e transparente. E assim chegamos ao pix! E diferente de sistemas parecidos pelo mundo, que não informam a população, nós informamos tudo, com segurança. Minimizando o máximo de dano possível para o usuário” afirmou. 

Porém, a facilidade que o sistema trouxe atraiu a criminalidade. Diversos crimes relacionados ao PIX acontecem pelo Brasil. O presidente explicou o que tem sido feito para combater esse tipo de atividade. 

“Nós pegamos as estatísticas de crimes relacionados ao PIX, na reabertura da economia, e vimos que eram os mesmos crimes feitos com TED e DOC. Mas o número era muito parecido com o que era feito antes. Mas mudamos alguns mecanismos para melhorar a segurança do PIX e evitar esse tipo de atividade, todas adaptadas à necessidade do usuário. O PIX é um sistema super seguro! Mais de 70% da população bancarizada do país usa o pPIX, foi o sistema de pagamento que mais cresceu no mundo. Inclusive ganhando prêmios. Então, é um sucesso, mas a gente não quer parar por aqui” finalizou.

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