Biden pede fim da fase de guerra em larga escala na Faixa de Gaza

Por Moises Rabinovici

O presidente Biden pediu que Israel encerre a fase de guerra em larga escala na Faixa de Gaza até o final do ano. Mas o premiê Benjamin Netanyahu diz que a guerra só vai acabar com a destruição do Hamas e a prisão e morte de seus líderes.

Os dois propósitos não colidem, se combinados. Netanyahu pode continuar a guerra desde que use grupos menores de forças de elite que entrariam e sairiam de Gaza, como sugeriu Biden. Quem defendeu o pedido da Casa Branca foi o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, que chegou ontem a Jerusalém vindo da Arábia Saudita.

Nesta quinta-feira, Israel distribuiu panfletos com a oferta de 400 mil dólares a quem fornecer informações sobre Yahya Sinwar, o líder do Hamas. Ao mesmo tempo voltaram a circular rumores de que estão ocorrendo “conversas sérias” para um novo cessar-fogo, seguido de libertação de reféns e de prisioneiros palestinos. De parte israelense, um pedido formal para reiniciar negociações foi feito ao Egito. De parte do Hamas, é o Catar que promove os encontros indiretos. Mas o chefe do Mossad não viajou para Doha como das vezes anteriores em que houve acordos de trégua e suas expansões.

Uma pesquisa de opinião entre os palestinos publicada na quarta-feira mostra que o apoio ao Hamas triplicou na Cisjordânia, com 72% de apoio às ações do Hamas em 7 de outubro e uma rejeição esmagadora ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Marwan Barghouti, membro do Fatah preso em Israel, foi o político palestino mais popular da pesquisa.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no exílio, disse que sua facção armada palestina está "aberta a quaisquer ideias ou iniciativas" que possam pôr fim à guerra de Israel em Gaza, que tem como objetivo erradicar seu grupo depois que ele liderou os ataques de 7 de outubro contra Israel. Ele também afirmou que o Hamas, que governa Gaza há 16 anos, permanecerá uma força mesmo depois da guerra.

Um jornalista do jornal Haaretz, Zvi Bar’el, ponderou, em favor do fim da guerra: “Mesmo que matemos mais alguns milhares de habitantes de Gaza, destruamos centenas de túneis adicionais e sirvamos a cabeça do líder do Hamas, Yahya Sinwar, em uma bandeja de prata, a situação que foi criada em Gaza é o "troféu" com o qual continuaremos lutando.”

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