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Aras deve ser reconduzido à PGR, mas será cobrado para "assumir compromissos", diz Aziz

Datena

O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse nesta segunda-feira (23) à Rádio Bandeirantes que acredita que o procurador-geral da República, Augusto Aras, será aprovado pelo Senado Federal para ser reconduzido para mais um mandato no cargo. Ele garantiu, no entanto, que Aras será pressionado pelos parlamentares para que "assuma alguns compromissos".

Aras, que ocupa a PGR até setembro, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para um novo mandato de dois anos. A recondução precisa ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário do Senado. A primeira sabatina acontece nesta terça (24).

"Esse será um debate de cobranças para que Augusto Aras assuma alguns compromissos. Não é que os senadores vão deixar de votar, creio que ele ganha na CCJ e no plenário, mas o debate será diferente. O primeiro compromisso que terá que assumir será com a democracia. Não dá para pensar em um procurador-geral da República que não assuma esse compromisso", disse Aziz.

Outro compromisso citado pelo senador, presidente da CPI da Covid, diz respeito ao relatório final da comissão, já que o texto passará pela PGR após ser concluído.

"Não serei eu só, todos os membros da comissão irão fazer essas cobranças. É normal. Com todo respeito que a autoridade merece. São cobranças para que ele assuma compromissos para que a gente possa ter a segurança de que haverá na PGR uma pessoa isenta", completou.

Já a preocupação com a democracia, segundo Aziz, deve-se às recentes ameaças do presidente às eleições e aos outros Poderes.

"Estamos há uma semana discutindo impeachment de ministro [do Supremo Tribunal Federal], como se nada tivesse acontecendo no país. Desemprego, inflação, pandemia. É como se você tivesse um problema sério dentro de casa e arrumasse briga com um vizinho para esquecer. O presidente procura todo dia dar carniça para os urubus de plantão que querem retrocesso na democracia. Isso ele consegue fazer. Os urubus ficam rondando a democracia brasileira."

"Não dá para a gente entrar no jogo que o presidente e os que o cercam querem. Não é um jogo em um gramado com drenagem. É um jogo de várzea em que ganha quem dá mais pancada, não quem joga e administra melhor o time. Não vale a pena. Vamos fazer nosso papel."

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