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Ciro sobre candidatura de Moro: "Muda o palhaço, mas a piada continua a mesma"

Datena

Pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT) disse nesta sexta-feira (12) à Rádio Bandeirantes que o ex-ministro Sergio Moro é a nova aposta daqueles que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 e agora querem que "tudo mude para que nada mude".

"Meu olhar espontâneo [sobre a eventual candidatura de Moro], como cidadão, é de: 'francamente, aonde vamos parar?'. Mas eventualmente serei candidato, se meu partido homologar na hora própria, então preciso olhar com mais calma e serenidade. Tem meia dúzia de pessoas que ganham muito com a tragédia brasileira. Essas pessoas fazem apostas. Os endinheirados apostaram no Bolsonaro. Paulo Guedes era o herói. Bolsonaro desastrou o país e agora eles estão desesperados atrás de alguém para que 'tudo mude e nada mude'. Muda o palhaço, mas a piada continua a mesma", disse.

"Vamos imaginar o seguinte. Eu tenho uma grande dor no abdômen. Procuro um malabarista na rua? Não. Ele é um espetáculo, eu não consigo nem se treinar a vida toda, mas vou procurá-lo para tratar apendicite? Não! O Brasil é assim. O estagiário da vez, que nunca administrou nada, é um juiz", completou.

O ex-governador do Ceará acredita que a Operação Lava Jato cumpriu um importante papel de investigar o "assalto aos cofres públicos produzidos pelo PT", mas considera que Moro, ao atuar nos processos da força-tarefa em Curitiba, acabou se "corrompendo".

"Eu apoiei a Lava Jato porque o Brasil é um país assaltado. Denuncio isso a vida inteira. Nunca respondi um processo de corrupção. A Lava Jato descobriu muita coisa, o assalto aos cofres públicos produzidos pelo PT. Não dá para negar. Aí esse juiz anônimo começa a julgar, aparece a imprensa com flash e mais flash, homenagens... Corrompeu-se. Largou o lugar de juiz e, medíocre e semianalfabeto, virou político", declarou Ciro.

"O quê as pessoas esperam de um presidente? Que use a força de uma instituição para tirar um adversário do jogo e depois servir a outro jogador?", completou, fazendo referência ao julgamento, denunciado como parcial pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ciro e a PEC dos Precatórios

Ciro Gomes reafirmou ainda que mantém sua pré-candidatura à Presidência e disse que ele e o PDT saíram “fortalecidos” dos recentes atritos que tiveram envolvendo a PEC dos Precatórios. 

O ex-governador havia suspendido a pré-candidatura no início deste mês, logo após o primeiro turno da votação da PEC dos Precatórios na Câmara, por discordâncias com a bancada do PDT. Na ocasião, informou que só retornaria caso os parlamentares do partido reavaliassem o apoio à proposta.

No primeiro turno, o texto foi aprovado por 312 votos contra 144, sendo que 15 deputados do PDT votaram a favor. No segundo, a aprovação veio por 323 votos contra 172, com 5 votos favoráveis na sigla. A PEC segue agora para apreciação no Senado Federal.  

"A premissa do PDT era que o texto iria passar por folga e nossos 15 votos não fariam diferença. Por isso, os deputados queriam fazer um acordo. Se os 15 entrassem a favor, os outros parlamentares atenderiam algumas ponderações para atenuar os prejuízos. Somos muito ligados à educação, desde Brizola e Darcy Ribeiro, e uma parte importante desse calote [da PEC dos Precatórios] é com os professores. A dívida com eles passaria ser paga em 10 anos na proposta. Minha turma botou 3 anos. Engoliram de boa-fé a ideia de que passaria e diminuiriam danos. Um grosseiro equívoco, foram enganados."

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