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Eduardo Leite: Impeachment "não deve ser banalizado, mas pode ser inevitável"

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Eduardo Leite
Eduardo Leite

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse nesta quinta-feira (1º) em entrevista à Rádio Bandeirantes que um processo de impeachment "não deve ser banalizado", mas, caso as recentes denúncias contra o governo do presidente Jair Bolsonaro sejam comprovadas, a abertura "pode ser inevitável".

O deputado Luís Miranda (DEM-DF)  denunciou que, em março deste ano, alertou o presidente e o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da Covaxin, vacina contra covid-19 do laboratório indiano Bharat Biotech. Segundo o deputado, Bolsonaro respondeu que solicitaria à PF que apurasse os contratos, o que não aconteceu.

A questão é investigada pela CPI da Covid no Senado.

"A gente tem, de fato, denúncias bastante graves e concretas sobre direcionamento e superfaturamento em compra de vacinas, o que merece apuração. Eu tenho responsabilidade, como governador, com a estrutura federativa. Não posso gerar instabilidades com manifestações apressadas. Temos uma relação União-estado que importa a todos. Não significa me omitir, mas guardar cautela", disse Leite.

"A CPI traça uma investigação que chega em um ponto sensível que merece averiguação. Impeachment não pode ser banalizado, nem desprezado se houver claramente comprovação de um direcionamento para que se pudesse tirar proveito de compra de vacinas, enriquecendo o bolso de alguém. Se houver comprovação, talvez o impeachment se mostre inevitável. Temos que ter serenidade, o que sempre faltou ao presidente", completou o governador.

Nesta quarta (30), políticos de diferentes partidos e entidades sociais apresentaram no Congresso o que chamaram que "superpedido de impeachment" contra Bolsonaro. O documento de 270 páginas levanta 23 supostos crimes praticados pelo presidente.

Possível candidato do PSDB às eleições presidenciais de 2022, Eduardo Leite considera que há elementos suficientes para que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), acate o pedido e determine a abertura do processo.

"Bolsonaro havia dito que não fazia encaminhamento de compra de vacinas que não tivessem sido aprovadas pela Anvisa. Dizia que só compraria depois. Mas não foi o que aconteceu em relação à Covaxin. Havia encaminhamento de compra mesmo sem aprovação. Aí entra a questão de corrupção que pode estar presente e de falta de responsabilidade em proteger a população, já que, assim, o governo deixou de comprar outras vacinas."

ENTREVISTA COMPLETA AQUI: