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Dimas Covas: "Estado de SP deveria ser colocado imediatamente em fase vermelha"

Datena

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta terça-feira (2) à Rádio Bandeirantes que, mesmo com o avanço da vacinação contra covid-19 no país, todo o estado deveria ser colocado "imediatamente" em uma fase mais restritiva do Plano São Paulo.

A mais recente atualização do plano que regulamenta o funcionamento de atividades durante a quarentena no estado foi realizada na última sexta-feira (26). A Grande São Paulo, que inclui a capital, entrou na fase laranja, em que os bares não abrem e os demais serviços funcionam com restrições de horários. Os únicos municípios em fase vermelha são Araraquara, Bauru, Barretos, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Marília.

"Eu defendo que o estado todo deveria ser colocado imediatamente em uma fase mais restritiva, com diminuição da circulação principalmente a partir das 20h para evitar festas e aglomerações. Isso deveria ocorrer por um período mínimo de 15 dias. Com isso, conseguimos esfriar a velocidade inicial de transmissão da P1 [variante do coronavírus detectada inicialmente em Manaus] e ganharmos mais tempo", declarou Dimas Covas.

"A vacina é importante e necessária, mas não é ela que vai mudar a situação atual. Vai demorar para a vacinação fazer efeito sobre a mortalidade geral. Precisamos completar a vacinação de pelo menos 50 milhões de brasileiros, os mais vulneráveis, e isso vai levar um tempo. Imagino que até o meio do ano, se formos bem-sucedidos. Portanto vamos ter que trabalhar com as medidas com as quais estamos acostumados: uso de máscara, distanciamento, diminuição de atividades, restrição de movimentação. Infelizmente são as únicas que nos restam."

De acordo com Dimas Covas, o momento atual da segunda onda da doença é de "extrema preocupação" em todo o país, já que a nova variante, identificada em diversos municípios, apresenta maior poder de transmissão e tem causado superlotação nos sistemas de saúde.

"As vacinas demoram pelo menos 40 dias após a aplicação para atingir seu potencial máximo de proteção. Não é imediato. A proteção não é imediata. Começamos a vacinação no dia 17 de janeiro de forma muito reduzida e neste momento estamos beirando 7 milhões de pessoas. Para atingir o mínimo de 50 milhões, vamos aguardar um bom tempo ainda. Não vai acontecer antes de junho ou julho. Não é a vacina que vai interferir neste momento no número de mortes, ela vai proteger progressivamente."