Abandono da Praça da Sé prejudica turismo, comércio e até missas em São Paulo

Pedestres ouvidos pela Band relataram o temor de andarem na região, principalmente de assaltos

Da redação

O lugar que já foi um dos principais cartões postais da cidade de São Paulo, hoje, está irreconhecível. A Praça da Sé, onde fica o Marco Zero, virou um símbolo da desigualdade social na capital. Até os horários das missas na Catedral da Sé foram afetados, pois passaram a ser encerradas até as 16h para os fiéis não se arriscarem à noite.

“Antes, era às 18h. Depois, passamos para 17h. Terminamos, agora, ultimamente, às 16h para que as pessoas, terminando a missa, possam sair com a luz do dia. A praça é um reflexo da cidade. Se a cidade está doente, o Centro e a praça central são os termômetros da doença da própria cidade”, relatou um padre da igreja.

O abandono e medo de assaltos afastam a população que passam na região apressados. Isso vai na contramão de grandes cidades do mundo, que usam os centros para passeios a pé. Os turistas costumam ver a Sé só à distância. 

“O que eu faço é um tour panorâmico, onde você vê o local apenas pelo carro. Eu vejo isso com tristeza. Eu gostaria que fosse um local onde a gente pudesse caminhar, como se fazia antigamente”, lamentou o guia de turismo Ilan Weinfeld.

Pedestres ouvidos pela Band relataram o temor de andarem na região. Muitos contam que passam correndo e sempre atentos aos pertences.

O principal símbolo da praça, a Catedral da Sé, parece reservar um mundo à parte do lado de dentro. O lugar ainda recebe muitos turistas e até passeios escolares, apesar dos problemas observados do lado de fora.

“A gente precisa dar importância a esse ponto turístico, cultural e histórico. As nossas crianças têm esse conteúdo, em salas de aula, nos livros. A gente vem para ter uma aula ao vivo”, comentou.

É inegável que o charme de outros tempos foi perdido. Na década de 1950, a região chegou a ser palco de casamentos de personalidades, como o da cantora Maysa. Com o tempo, o interesse dos casais, praticamente, acabou. Atualmente, são realizados apenas dois ou três casamentos por ano.

Entre janeiro e maio deste ano, o número de roubos e furtos subiu na região. O primeiro teve alta de 53% em comparação com o mesmo período de 2021. Quanto ao segundo, o aumento foi de 47%. Os dados são da Secretaria de Segurança de São Paulo.

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