O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou, nesta terça-feira (16), à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para depor no inquérito que investiga a falsificação em cartões de vacinação dele, da filha mais nova e de assessores.
No início do mês, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso na operação da PF que apura as falsificações. Outras cinco pessoas ligadas ao ex-presidentes também foram detidas.
Há a expectativa de que Bolsonaro reforce à PF o argumento de que sempre se negou a tomar a vacina contra a covid-19 e que não cometeu irregularidades. O ex-presidente, no entanto, será questionado sobre a atuação de Cid nas falsificações constatadas pelas autoridades.
Suspeita de lavagem de dinheiro
A investigação da PF mostra que Cid, homem de confiança de Bolsonaro, estria envolvido no esquema. Com base na quebra do sigilo telefônico de Cid, os agentes encontraram outro crime suspeito, o de lavagem de dinheiro.
O relatório da PF cita que há uma movimentação de mais de R$ 400 mil nas contas do militar, também responsável pelo pagamento das contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As transferências eram feitas sempre em valores fracionados, o que dificultava a identificação das quantias.
Defesa de Michelle
A defesa da ex-primeira-dama cita que ela teve as despesas pagas com recursos próprios. Ex-secretário de Comunicação no governo Bolsonaro, o advogado Fábio Wajngarten disse que os pagamentos em dinheiro vivo eram feitos proteger os dados do ex-presidente.