Bolsonaro deu a ordem para fraudar cartões de vacina, diz Cid em delação à PF

Segundo relatório da PF, os documentos foram impressos no Palácio da Alvorada e entregue em mãos para o ex-presidente

Da Redação

Bolsonaro deu a ordem para fraudar cartões de vacina, diz Cid em delação à PF
Jair Bolsonaro
Adriano Machado/Reuters

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, disse em depoimento à Polícia Federal que emitiu os certificados de vacinação contra a covid-19 a partir de ordem do ex-presidente. 

Mais cedo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal que indiciou Bolsonaro e outras 16 pessoas pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no inquérito que investiga a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19.

“Que o presidente, após saber que o colaborador (Mauro Cid) possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colabora fizesse para ele também; que o ex presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro (12 anos); que o colaborador solicitou a Ailton (Barros) que fizesse os cartões; que o colaborador confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados”, diz trecho da delação de Mauro Cid. 

“Solicitou a inserção de dados no sistema ConecteSUS de sua esposa, filhas, ex presidente Jair Bolsonaro e de sua filha, Laura Bolsonaro”, completou trecho da delação do ex-ajudante de ordens.

Segundo o relatório da Polícia Federal, os documentos falsos foram impressos no Palácio da Alvorada - residência oficial da presidência da República - e, possivelmente, entregues em mãos a Bolsonaro. 

“Que confirma que recebeu a ordem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha Laura Bolsonaro; que esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente”, afirmou Cid em delação.

Segundo a PF, as inserções dos dados foram realizados por João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de governo de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, sendo o responsável pela inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde. 

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