Bolsonaro diz que Rússia enviou navios com fertilizantes ao Brasil

País manteve entrega do produto, como já era feito antes do conflito na Ucrânia

Da Redação, com Agência Brasil

Bolsonaro faz discurso da 87ª edição da ExpoZebu Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro faz discurso da 87ª edição da ExpoZebu
Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (30), durante visita à ExpoZebu, em Uberaba (MG), que mais de 30 navios com fertilizantes vindos da Rússia estão a caminho do Brasil. Ele disse que o envio é resultado da viagem que fez em fevereiro ao país para tratar da compra desses produtos. Na terça-feira (26), ele disse que eram 27 navios. A informação não foi oficialmente confirmada. 

Porém, apesar das limitações para o envio de fertilizantes, a Rússia manteve a entrega do produto para o Brasil, como já era feito antes do conflito na Ucrânia, de acordo com o Ministério da Agricultura.

Como consequência da guerra, no entanto, há dificuldades de transporte e pagamento dos produtos, já que os bancos russos foram excluídos do Swift, o principal sistema de finanças mundial.

Apesar das limitações para o envio de fertilizantes, a Rússia não suspendeu a entrega do produto para o Brasil, de acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa).

Como consequência da guerra, no entanto, há dificuldades de transporte e pagamento dos produtos, já que os bancos russos foram excluídos do Swift, o principal sistema de finanças mundial.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil afirma que o cenário é preocupante. Para a entidade, o país acerta ao estreitar contato com o Canadá, onde também há produção de fertilizantes. 

O Brasil, quarto maior mercado consumidor de fertilizantes, importa cerca de 85% do que usa — a Rússia é origem de 23% desse estoque. Com esse percentual de fertilizantes importados vindo justamente do Leste Europeu, o conflito na Ucrânia colocou o agronegócio em alerta devido ao risco de falta do produto.

Alimentos

No evento em Minas Gerais, Bolsonaro disse que o pedido da Organização Mundial do Comércio (OMC), feito pela diretora geral Ngozi Okonjo-Iweala, de produzir mais alimentos será atendido. “Terão mais alimentos com toda certeza, porque ano após ano, aumenta a nossa produtividade, quer seja na agricultura, quer seja na pecuária”, afirmou o presidente durante a abertura da ExpoZebu.

Para uma plateia de produtores rurais, Bolsonaro afirmou que espera em pouco tempo o fim da guerra da Rússia contra a Ucrânia para o país voltar à normalidade. “Vencemos a pandemia. Se Deus quiser, até o final do mês que vem, acaba essa guerra do outro lado do mundo, e nós voltaremos à nossa normalidade.”

1º de maio

Desprezado pelas maiores centrais sindicais do País, que tradicionalemte organizam eventos no 1º de maio, Dia do Trabalhador, Bolsonaro pediu uma manifestação “pacífica” neste domingo (1º). 

Pré-candidato à reeleição, Bolsonaro usou o evento oficial para convocar apoiadores a atos em seu favor.  Segundo ele, serão manifestações para mostrar que todos precisam jogar “dentro das quatro linhas da Constituição”, em recado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

"[Aqueles] que, porventura, irão às ruas amanhã, não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo. Que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição. E dizer que não abrimos mão da nossa liberdade", disse. 

"Amanhã não será dia de protestos. Será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós”, discursou. 

O evento consta da agenda oficial do presidente e teve transmissão ao vivo pela TV Brasil, do governo federal.

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