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Bolsonaro quer desobrigar uso da máscara para vacinados e pessoas que já tiveram Covid-19

Presidente também confirma assessoramento de Arthur Weintraub e gabinete paralelo

Da Redação, com BandNews TV, Jornal da Band e BandNews FM

O presidente Jair Bolsonaro disse em discurso durante evento do Ministério do Turismo que quer desobrigar o uso de máscaras para quem já foi infectado com a Covid-19 e pessoas que foram vacinadas. 

"Acabei de conversar com um tal de Queiroga, não sei se vocês sabem quem é, nosso ministro da Saúde. E ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados", afirmou ele. O presidente não explica, entretanto, como seria feita a fiscalização de quem está apto a andar sem máscara.

Bolsonaro voltou a criticar as medidas restritivas impostas por governadores e prefeitos e disse que "a quarentena é para quem está infectado".

Pouco tempo após as falas, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga comentou a possibilidade de abandonar o uso de máscaras no Brasil.

"Queremos que seja o mais rápido possível, mas precisamos vacinar a população brasileira e avançar", justificou. Depois, ele postou um vídeo dizendo que recebeu pedido do presidente um estudo para flexibilizar o uso de máscaras.

Cientistas questionam medida que pretende desobrigar uso de máscaras

Para o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, não é viável desobrigar o uso de máscaras agora. 

“Se estivéssemos vacinados, poderia. Afinal de contas, o uso da vacina é para que a gente fique livre do uso de máscara. Ocorre que só temos 11% da população imunizada. Falar isso neste momento é para tirar o foco de atenção”, disse o infectologista à BandNews FM

Assessoria de “gabinete paralelo”

O presidente confirmou no discurso a existência de assessoramento com pessoas de fora do governo, o que ficou conhecido como gabinete paralelo: "E o que a CPI levantou numa live que eu, uns 30 médicos, entre eles a Nise Yamaguchi (...) Pessoas que estavam buscando salvar vidas e não se acomodando debaixo da cama em casa, como muitas autoridades pelo Brasil. Isso para a CPI agora é gabinete paralelo, que estão aconselhando o presidente. Muitas pessoas me aconselharam".

Um dos membros desse gabinete, que dava conselhos médicos a Bolsonaro para combater a pandemia, era Arthur Weintraub, ex-assessor do presidente que é advogado. O presidente não poupou elogios a Weintraub: "Não errei uma sequer. E não foi da minha cabeça, foi conversando com pessoas como um anônimo entre nós até o momento, o Arthur Weintraub (...) Uma mente privilegiada. Trazia documentos para mim, pesquisas, fazia contatos, e a gente foi aprendendo o que era aquilo".

Mesmo sendo o segundo país com mais mortos pela Covid-19, com 482 mil óbitos, Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce e remédios com ineficácia comprovada, como a hidroxicloroquina e ivermectina.

"Se nós seremos, poderemos ser, não estou afirmando, um dos países com os menores números de mortes por Covid. Por que isso aconteceu? Tratamento precoce", desinformou o presidente.

Bolsonaro voltou a falar sobre o falso relatório que contesta o número de mortes pela doença. O Tribunal de Contas da União afastou e investiga o servidor responsável pela criação do documento.

Infectologista Raquel Muarrek explica importância do uso de máscara em cenário de alta transmissão do vírus; assista

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