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Bolsonaro reforça compromisso de eliminar desmatamento e cobra ajuda internacional

Presidente discursou nesta quinta-feira na Cúpula do Clima, organizada por Joe Biden

Da Redação

Em discurso nesta quinta-feira (22) na Cúpula do Clima, que reúne 40 líderes mundiais, o presidente Jair Bolsonaro reforçou o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 - algo que ele já havia dito em carta a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos e organizador do evento. 

“Destaco aqui nosso compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 com plena e pronta aplicação do nosso Código Florestal e reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data”, disse o mandatário brasileiro, que logo no início do pronunciamento enfatizou que o país é responsável hoje por menos de 3% das emissões de carbono na atmosfera.

“(Eliminar o desmatamento e reduzir as emissões) É uma tarefa complexa, e medidas de comando e controle são parte da resposta. Apesar das limitações orçamentárias do governo, fortaleci os órgãos ambientais e dupliquei o investimento em ações de fiscalização”, completou. 

Bolsonaro afirmou que o Brasil é o detentor da maior biodiversidade do planeta e que necessita um “pagamento justo” por isso, cobrando ajuda internacional no combate ao desmatamento. “É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nossos biomas ao planeta como forma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação", declarou. 

"À luz de nossas responsabilidades comuns, porém diferenciadas, continuamos a colaborar com os esforços mundiais contra a mudança do clima. Somos um dos poucos países em desenvolvimento a adotar e a refirmar a NDC transversal e abrangente, com metas absolutas de redução de emissões, inclusive para 2025, de 37%, e de 40% até 2030", acrescentou Bolsonaro.

Curiosamente sem a presença de Biden, que cerca de dez minutos antes havia pedido para se ausentar por um período, Bolsonaro falou que o Brasil é pioneiro na difusão de biocombustíveis renováveis, como etanol, e no uso de matrizes energéticas limpas como solar e eólica. 

“Coincidimos, senhor presidente, com seu chamado ao estabelecimento de compromissos ambiciosos. Nesse sentido, determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior”, afirmou. 

Nas palavras de Bolsonaro, o Brasil é vanguarda no combate ao aquecimento global e produz mais utilizando menos recursos no campo graças a uma “revolução verde”. Ele citou ainda o que chamou de “paradoxo amazônico”, região rica em recursos naturais, mas com um dos menores índices de desenvolvimento humano do país.

“O desenvolvimento sustentável é condição ideal da região. Devemos aprimorar a governança na terra, bem tomo tornar realidade a bioeconomia, valorizando a floresta e biodiversidade num esforço que contemple todos os brasileiros, inclusive indígenas”, declarou. 

EUA não devem dar auxílio financeiro a curto prazo

Segundo o correspondente do Grupo Bandeirantes em Nova York, Eduardo Barão, os Estados Unidos não vão dar dinheiro ao Brasil até que o governo americano seja convencido de que o discurso brasileiro seja transformado em ações efetivas.

Portanto, mesmo com a mudança de discurso do presidente Jair Bolsonaro, não haverá um acordo bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil, a curto prazo, após a Cúpula do Clima.

Na abertura da Cúpula do Clima Biden disse que os EUA se comprometem a cortar 50% das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global até 2030.

Veja o discurso de Biden na abertura da cúpula:

Conexão BandNews com The New York Times

O Conexão BandNews com The New York Times reunirá nesta quinta-feira (22), a partir das 18h, ministros, empresários e especialistas para debater o tema “O que esperar do mundo pós-pandemia?”. Entre os nomes já confirmados, estão Tereza Cristina (ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Yang Wanming (embaixador da China no Brasil), Tarcísio de Freitas (ministro de Infraestrutura) e Suresh Reddy (embaixador da Índia no Brasil).

O Conexão BandNews é inspirado no formato “Turning Points” (pontos de virada), idealizado pelo The New York Times, responsável não só pela curadoria deste evento, como também por abrilhantar os debates com a participação de jornalistas do veículo norte-americano.

Os painéis poderão ser conferidos ao vivo em todas as plataformas digitais do BandNews TV, assim como na TV em flashes ao vivo, além de entradas no Jornal da Band e em reportagens das rádios Bandeirantes e BandNews FM

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