Aluna diz que foi estuprada por vizinho em moradia estudantil da USP

Segundo o DCE da USP, o crime teria ocorrido ‘em um apartamento do mesmo corredor do apartamento da vítima, no qual reside o agressor’

Por Guilherme Oliveira

Aluna diz que foi estuprada por vizinho em moradia estudantil da USP
Universidade de São Paulo (USP)
George Santos/Jornal da USP/Agência Brasil

Uma estudante de Letras, que mora no conjunto residencial da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste da capital paulista, disse que foi estuprada por outro aluno da instituição na moradia estudantil. O caso teria ocorrido na semana de 19 a 25 de agosto. 

Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP,  o crime teria ocorrido “em um apartamento do mesmo corredor do apartamento da vítima, no qual reside o agressor, que seria um estudante de história”. 

Após a vítima realizar a denúncia, a USP decidiu mudar o aluno de bloco do conjunto residencial. Porém, o agressor continua frequentando as aulas na universidade. 

“A estudante tomou a decisão corajosa de denunciar a violência que sofreu. Por parte da pró-reitoria (PRIP), o que se conseguiu até o momento, após a estudante registrar um boletim de ocorrência na Casa da Mulher Brasileira, foi a garantia de realocação do agressor para outro bloco do CRUSP. E por parte da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Faculdade de Letras, nenhuma ação foi tomada até o momento”, escreveu o DCE da USP em nota. Segundo o diretório, ele ainda frequenta o bloco que a vítima reside. 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que o caso está sendo investigado pelo 93º DP (Jaguaré) e será remetido à 3ª DDM. Um inquérito policial foi instaurado e o autor foi identificado e intimado a prestar depoimento. 

O caso veio à tona depois da denúncia de uma tentativa de estupro no campus, que ocorreu na Cidade Universitária em agosto. No outro caso, uma aluna da universidade denunciou uma tentativa de estupro no dia 21 de agosto. 

Tentativa de estupro na Praça do Relógio 

O caso veio à tona depois da denúncia de uma tentativa de estupro no campus, que ocorreu na Cidade Universitária em agosto. No outro caso, uma aluna da universidade denunciou uma tentativa de estupro no dia 21 de agosto e foi registrado no 93° DP (Jaguaré). O autor do crime ainda não foi identificado. 

Em nota, a USP disse que está colaborando com as investigações e que a aluna é acompanhada por uma assistente social da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento.

“A Prefeitura do Campus USP da Capital esclarece que tem atuado para melhorar a iluminação na Cidade Universitária. Em 2024, já foram instaladas 134 novas lâmpadas e 775 lâmpadas foram reparadas (do total de 7 mil luminárias). Também está sendo estudado um retrofit total do sistema de iluminação. O projeto já foi contratado e será entregue no final de setembro. Paralelamente, é feito um constante trabalho de poda das árvores nos locais em que os galhos obstruem as luminárias”, afirmou a universidade, no comunicado. 

“Em relação à segurança, a Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária da USP informa que a Polícia Comunitária e a Guarda Universitária ampliaram o número de rondas na Cidade Universitária. Desde 2016, a comunidade universitária dispõe do aplicativo Campus USP, que permite ao usuário relatar, dentre outras ocorrências, denúncias de violência contra mulher. Outra função do aplicativo é que o usuário, durante um deslocamento a pé, pode ativar o sistema de alerta que, em uma situação de emergência, avisa a Guarda Universitária”, completou. 

Já o DCE Livre da USP informou que “o problema é estrutural” e que “são inúmeros os casos de violência de gênero que ocorrem na Universidade de São Paulo que sequer são conhecidos, quanto menos solucionados”.

“O que ocorre, na maioria das vezes, é que a burocracia universitária é tanta que faz com que as vítimas desistam de levar o caso adiante pois não suportam a exposição a que são submetidas”, declarou o diretório, também em nota, ressaltando que o antigo serviço de atendimento às mulheres, o “USP Mulheres”, foi desativado em 2022.

"Hoje tais casos simplesmente são ignorados pela instituição até que caiam no esquecimento (…). Desse modo, os agressores sexuais se sentem livres para praticar seus crimes na certeza da impunidade. Até quando a USP vai se manter omissa diante de tais casos?”, concluiu. 

 

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