Um dia após o assassinato do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, a candidata à Assembleia Nacional equatoriana Estefany Puente foi vítima de um ataque com arma nesta quinta-feira (10).
Ela estava em seu carro, acompanhada do pai e de um funcionário. No momento do ataque, Estefany Puente estava saindo de uma instituição que presta serviços sociais na cidade de Quevedo, localizada na província de Los Ríos.
O carro dela foi interceptado por dois homens desconhecidos, eles atiraram contra o pára-brisa do veículo, do lado do motorista, e fugiram. Um dos disparos atingiu de raspão o braço esquerdo da candidata à Assembleia Nacional do Equador.
As imagens que circulam nas redes sociais mostram o para-brisa do carro com as marcas dos tiros e vidros quebrados. Ninguém morreu no atentado. Até o momento, não há informação se o atentado tem ligação com o de Fernando Villavicencio.
Segundo o jornal equatoriano El Universo, a polícia investiga o caso para apurar os motivos do ataque e também revisou as câmeras de segurança para obter registros do ocorrido.
Fernando Villavicencio
O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça após sair de uma reunião partidária na noite desta quarta-feira (9), em Quito, capital do país sul-americano. As eleições, marcadas para 20 de agosto, foram mantidas.
Um vídeo mostra o momento em que Fernando Villavicencio sofre o atentado. Nas imagens, é possível ver o candidato à presidência saindo do local onde estava ocorrendo um encontro político, sendo acompanhado por agentes de segurança que o conduzem a um carro. Em seguida são ouvidos vários disparos de arma de fogo e todos tentam se proteger.
Um suspeito morto e seis outras pessoas presas em conexão com o assassinato do candidato à presidência são colombianos, informou a polícia equatoriana na quinta-feira (10), enquanto o governo disse que estava tentando identificar os "autores intelectuais" do crime.
O suspeito morto havia sido preso sob acusação de porte de armas em julho, informou o governo na quinta-feira, acrescentando que os seis homens detidos pertenceriam ao crime organizado. A assessoria de imprensa da polícia confirmou suas nacionalidades no final da tarde de quinta-feira.
"A polícia nacional tem no momento as primeiras prisões dos supostos autores materiais desse evento abominável e empregará toda a sua capacidade operacional e investigativa para descobrir o motivo desse crime e seus autores intelectuais", disse o ministro do Interior, Juan Zapata.
O presidente Guillermo Lasso disse que o crime foi claramente uma tentativa de sabotar a eleição, mas que a votação prosseguiria conforme planejado em 20 de agosto, embora em meio a um estado de exceção.
A violência no Equador vem aumentando nos últimos anos, especialmente em cidades ao longo das rotas do tráfico de drogas, como Guayaquil e Esmeraldas.
FBI participa das investigações
Lasso, que declarou três dias de luto, disse na quinta-feira que pediu ajuda à polícia federal dos EUA (FBI) para a investigação e que uma delegação já estava a caminho do país.
O governo dos EUA havia oferecido ao Executivo equatoriano "assistência investigativa urgente" por meio de seu embaixador em Quito, Michael J. Fitzpatrick.
Essa participação do FBI na investigação do assassinato se enquadra na estreita relação que EUA e Equador construíram nos últimos dois anos, especialmente desde que Lasso chegou ao poder, com cooperação em diversos assuntos, inclusive segurança.
Estado de Emergência
O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou na noite dessa quarta-feira (9) estado de emergência no país durante 60 dias, após o assassinato de Villavicencio. Foram ainda decretados três dias de luto nacional.
“Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”, afirmou o presidente do Equador.