Caso Gritzbach: delegado da alta hierarquia da Polícia Civil de SP é alvo de operação

Segundo informações do Ministério Público, um policial que foi preso em dezembro fazia pagamentos periódicos ao delegado

Ana Weber

Um delegado da alta hierarquia da Polícia Civil de São Paulo citado na investigação sobre a morte de Vinícius Gritzbach, delator do PCC executado em novembro de 2024 na saída do Aeroporto de Guarulhos (SP), é alvo de uma operação na manhã desta terça-feira (4).

A ação foi deflagrada pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Corregedoria da Polícia Civil.

Segundo informações do MP, um policial que foi preso em dezembro fazia pagamentos periódicos a esse delegado, dinheiro que seria “decorrente de arrecadação de valores obtidos por atos de corrupção policial em favor de organização criminosa”.

O nome do delegado ainda não foi divulgado, assim como outros detalhes da operação. 

Munição pertencia à Polícia Militar

Um laudo balístico da Polícia Científica aponta que parte da munição usada na execução de Gritzbach pertencia à Polícia Militar de São Paulo.

Na semana passada, mais três policiais voltaram a depor no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Eles estão presos no Presídio Militar Romão Gomes por suspeita de envolvimento no caso. 

Os três confirmaram que faziam a escolta de Gritzbach, mas disseram que não sabiam da ligação dele com o PCC e negaram participação no crime. 

Morte de Gritzbach

O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e um relógio Rolex.

Ligação com o PCC

Gritzbach é acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", seu braço direito. Os dois foram executados a tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, em dezembro de 2021.

Ele, que negociava uma delação premiada com o Ministério Público, entregou esquemas do PCC e também denunciou extorsão envolvendo policiais de São Paulo. 

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo. A Secretara de Segurança Pública também instalou uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.

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