Um delegado da alta hierarquia da Polícia Civil de São Paulo citado na investigação sobre a morte de Vinícius Gritzbach, delator do PCC executado em novembro de 2024 na saída do Aeroporto de Guarulhos (SP), é alvo de uma operação na manhã desta terça-feira (4).
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Corregedoria da Polícia Civil.
Segundo informações do MP, um policial que foi preso em dezembro fazia pagamentos periódicos a esse delegado, dinheiro que seria “decorrente de arrecadação de valores obtidos por atos de corrupção policial em favor de organização criminosa”.
O nome do delegado ainda não foi divulgado, assim como outros detalhes da operação.
Munição pertencia à Polícia Militar
Um laudo balístico da Polícia Científica aponta que parte da munição usada na execução de Gritzbach pertencia à Polícia Militar de São Paulo.
Na semana passada, mais três policiais voltaram a depor no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Eles estão presos no Presídio Militar Romão Gomes por suspeita de envolvimento no caso.
Os três confirmaram que faziam a escolta de Gritzbach, mas disseram que não sabiam da ligação dele com o PCC e negaram participação no crime.
Morte de Gritzbach
Um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 8 de novembro, teve como alvo o empresário Antônio Vinicius Gritzbach, que acabou executado após ser atingido por 10 disparos de fuzil e metralhadora. A ação criminosa, com pelo menos 30 disparos, feriu outras duas pessoas e causou a morte de um motorista de transporte por aplicativo que estava no local.
O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e um relógio Rolex.
Ligação com o PCC
Gritzbach é acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", seu braço direito. Os dois foram executados a tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, em dezembro de 2021.
Ele, que negociava uma delação premiada com o Ministério Público, entregou esquemas do PCC e também denunciou extorsão envolvendo policiais de São Paulo.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução de forma integrada com a Polícia Civil de São Paulo. A Secretara de Segurança Pública também instalou uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.