A Corregedoria da Polícia Militar prendeu, na manhã desta quinta-feira (16), um policial militar suspeito de executar o delator do PCC, Vinicius Gritzbach, em novembro de 2024, na saída do Aeroporto de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
A ação da Corregedoria é parte de uma investigação que começou após denúncia que aponta vazamento de informações que favoreciam o PCC no estado. O inquérito mostra inclusive, que os policiais que faziam a escolta de Vinícius Gritzbach estavam integrados à facção.
Segundo apuração da Band, dos 15 mandados de prisão expedidos pela Justiça, 14 já foram cumpridos até o momento.
Sobre a investigação
A investigação da Corregedoria da Polícia Militar foi iniciada em março de 2024 após uma denúncia anônima sobre agentes da corporação que enviavam informações privilegiadas que favoreciam criminosos ligados à facção.
Uum inquérito foi instaurado em outubro do ano passado e apontou que policiais da ativa e da reserva e ex-integrantes da corporação estavam ajudando líderes e integrantes do PCC a evitar prisões e prejuízos financeiros.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), entre os beneficiados pelo esquema estavam líderes da facção e até mesmo pessoas procuradas pela Justiça.
A investigação também descobriu que policiais prestavam escolta para criminosos, como no caso de Vinicius Gritzbach, e tinham envolvimento com lavagem de dinheiro e homicídios.
Em atualização
Morte do delator do PCC
Um tiroteio no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 8 de novembro, teve como alvo o empresário Antônio Vinicius Gritzbach, que acabou executado após ser atingido por 10 disparos de fuzil e metralhadora. A ação criminosa, com pelo menos 30 disparos, feriu outras duas pessoas e causou a morte de um motorista de transporte por aplicativo que estava no local.
O empresário tinha R$ 1 milhão na bagagem em joias no momento que foi baleado. Entre os itens estavam pedras preciosas, colares, correntes, anéis, brincos, pulseiras e até um relógio Rolex.
Ele é acusado de mandar matar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue", seu braço direito. Os dois foram executados a tiros de fuzil no bairro do Tatuapé, em dezembro de 2021.
Gritzbach, que negociava uma delação premiada com o Ministério Público, entregou esquemas do PCC e também denunciou extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo. Na denúncia, o MPSP diz que o empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a execução. A corporação declarou, por meio de comunicado, que a investigação será realizada de forma integrada com Polícia Civil de São Paulo e decorre da função de polícia aeroportuária da instituição. Para investigar a execução no Aeroporto de Guarulhos, a Secretara de Segurança Pública também instalou uma força-tarefa, coordenada pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.
Em 11 de novembro, oito policiais militares foram afastados suspeitos de envolvimento. Além disso, dois delegados foram afastados de suas funções.
Gritzbach declarou que as autoridades queriam propina de cerca de R$ 5 milhões para ajudá-lo a “limpar o nome” em relação a uma investigação sobre a morte de um dos líderes da facção criminosa.