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Empresa usa impressora 3D para criar órgãos

Projeto idealizado por médico brasileiro quer imprimir órgãos e diminuir fila de transplantes

Da Redação, com Bora Brasil

Um projeto sobre criação de órgãos humanos em impressoras 3D, idealizado por um brasileiro, pode ajudar a diminuir consideravelmente a fila de pessoas que aguardam por um transplante no País. As informações são de Maiara Bastianello, no Bora Brasil

Uma startup do Brasil está muito perto de produzir o que nem a comunidade médica um dia julgou ser possível. 

“Parece coisa de ficção científica, mas é uma superpossibilidade que vai ajudar muito todos os pacientes transplantados ou que precisam, estão aguardando o órgão na fila”, analisou Edson Arakaki, médico e presidente da Associação Brasileira de Transplantados. 

E o que parecia ficção científica veio para a realidade graças a Gabriel Liguori. Ele é um dos pioneiros em uma pesquisa que promete revolucionar os transplantes no mundo. Criar um coração artificial é a meta de vida desse brasileiro de 31 anos. Uma “criança” para a medicina, mas que tem familiaridade com o assunto antes mesmo de sequer conseguir pronunciar a palavra "coração". 

“Eu nasci com uma cardiopatia congênita, que é uma má formação cardíaca, que não permitia a circulação da maneira correta do coração para o pulmão. Com sete dias de vida, eu já estava no InCor [Instituto do Coração], em São Paulo, onde eu fui operado algum tempo depois, aos 2 anos de idade”, disse o CEO da TissueLabs e doutor em cirurgia torácica. 

O que poderia ter sido um trauma virou um objetivo, uma paixão. Gabriel se formou em Medicina pela USP e deixou a cirurgia para criar a empresa, que em dois anos já teve duas grandes conquistas: primeiro, conseguir desenvolver uma bioimpressora que imprime tecidos humanos em 3D. 

O segundo passo foi descobrir um hidrogel, que serve como base pra fabricar os órgãos. A equipe já conseguiu imprimir em laboratório o coração de um rato, mas o desafio é fazer com que ele funcione. 

“Significa que é um coração? Não, porque esse coração pode não estar vascularizado. Ele precisa ter alinhamento celular, e isso é muito importante”, explica. 

Liguori calcula que o sonho de conseguir imprimir um coração funcional em laboratório possa se realizar em até 15 anos e assim, aos poucos, diminuir uma fila ingrata.

Atualmente, 275 pessoas esperam por um transplante de coração no Brasil - 97 morreram no ano passado sem conseguir. No total, pouco mais de 43,5 mil pessoas esperam por um órgão no País.