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Furto de fios de cobre pode ter relação com apagões em SP

Brasil é um dos cinco países com mais roubos ou furtos de cabos de cobre. E a população, como sempre, é a maior prejudicada

Por Cesar Cavalcante

O furto e a comercialização irregular de fios de cobre podem ter uma relação direta com os frequentes apagões em São Paulo. E a população, como sempre, é a maior prejudicada. 

Mesmo distante, o furto de cabos de telecomunicação chega na gente. Você pode não ter percebido, mas aquela queda de luz ou conexão, dentro de casa, pode ter sido causada por este crime, que aumentou 15% no Brasil, no ano passado. 

Os dados da Conexis Brasil Digital indicam que foram furtados ou roubados mais de 5 milhões e quatrocentos mil metros de cabos, suficiente para ligar Fortaleza a Lisboa, em Portugal, em linha reta.

O problema não é só aqui. Um estudo internacional apontou que o Brasil é um dos cinco países com mais roubos de cabos. Na lista, estão os Estados Unidos, Índia, África do Sul e China. 

O cobre é bastante cobiçado pelo preço, que disparou no mundo todo diante da demanda por indústrias como a dos carros elétricos e painéis solares.

São Paulo lidera as estatísticas por estado. De 2022 para o ano passado, o crime disparou 40%. Especialistas afirmam que não basta prender quem rouba. É preciso fiscalizar empresas que compram esse material. 

“No caso de componentes desse cobre para construção de sistema de eletrônicos… isso exige alguém que compra e é responsável por esta demanda. Essas empresas precisam colaborar no processo de fiscalização”, declarou o especialista em Segurança Pública Leandro Piquet.

A situação é tão preocupante, que a Câmara de Vereadores abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Representantes do setor da fabricação de cabos foram convocados. 

As ações criminosas também causam problemas no transporte publico. Na última sexta-feira, a Linha 7-Rubi de trens teve falhas. Segundo a CPTM, criminosos furtaram cabos do sistema de sinalização. A companhia afirma que investe em segurança e que houve queda nas ações no primeiro trimestre. Já no metrô, desde janeiro, foram 22 danos, contra 71 de todo o ano passado.

Um exemplo positivo vem do Rio, que já foi o segundo estado com mais casos e agora ocupa a décima posição. Lá, segundo especialistas, houve um esforço entre a segurança pública e o setor de telecom com medidas para reduzir os crimes.

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