Guerras e fatos distorcidos: as fake news como armas de desinformação

Em meio a guerras, notícias falsas já foram usadas para justificar reações de países

Por Norah Lapertosa

Em meio a guerras, notícias falsas já foram usadas para justificar reações de países. No conflito entre Israel e Hamas não é diferente, mas como combater a desinformação? 

Para contextualizar, recordamos o início da Segunda Guerra Mundia, em 1939. Um falso ataque polonês e uma estação de rádio alemã foi usado por Adolf Hitler como justificativa para invadir a Polônia e dar início ao conflito.

No Iraque, em 2003, a justificativa dos Estados Unidos para o ataque foi a descoberta de um suposto arsenal de armas de destruição em massa no país inimigo, o que nunca foi comprovado.

A propagação de informações falsas foi usada, historicamente, como arma de guerra. E no conflito que acontece entre Israel e o Hamas, o uso da desinformação para controlar narrativas vem sendo potencializado pelas redes sociais.

“Infelizmente nós tivemos consequências drásticas sobre a desinformação onde demonizam palestinos assim como demonizam os judeus. Por exemplo, nos Estados Unidos já tivemos um homem que esfaqueou e matou uma criança justamente por ser de origem palestina”, declarou o antropólogo de tecnologia David Nemer. 

“Da mesma forma que já tivemos a demonização dos judeus em que foram assassinados dois turistas judeus no Egito. Todo esse ódio gerado pela desinformação contribui para essas atitudes, ações que chegam até a fatalidade”, acrescentou. 

O professor de Gestão de Políticas Públicas da USP, Pablo Ortellado, explica que as redes sociais tendem a oferecer conteúdos que batem com os valores de cada um. Isso porque os chamados algoritmos dessas plataformas conseguem identificar interesses com base nas buscas na internet. Com isso, o usuário fica vulnerável a acreditar nas informações. 

“Eu acho que o que muda agora em relação a momentos passados é que a gente tem as mídias sociais e elas embaralham porque são fontes de informação que não passaram pelo crivo editorial. Então nesse momento, se apoiar na imprensa profissional, com uma boa reputação, que tem equipes, que está fazendo essa seleção e o mínimo processo de apuração e informando que determinados fatos são impossíveis de verificar é a melhor maneira da gente tentar entender o que está acontecendo sem ser capturado pelos interesses políticos dos dois lados”, pontuou. 

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