A mãe de uma criança autista, de 8 anos, denunciou à polícia um caso de maus-tratos de funcionários de uma escola particular de São Paulo. Ela descobriu as agressões após colocar um gravador na mochila do filho.
Nos áudios, é possível ouvir a coordenadora e uma assistente dizendo que ele atrapalhava a aula e que “não presta”. Elas ainda ameaçam deixá-lo em uma sala sozinho.
Devido às agressões, o garoto teve crises de ansiedade, desregulação e relatou dificuldades em permanecer na escola. A mãe registrou boletim de ocorrência por maus-tratos, injúria e descumprimento do Estado da Pessoa com Deficiência.
O transtorno do espectro autista afeta uma em cada cem crianças em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Uma outra mãe relatou problemas semelhantes contra o filho adolescente, que está no Ensino Médio da mesma escola. Segundo ela, o jovem não queria mais ir às aulas e teve queda no rendimento. O coordenador disse à mãe que a escola é destinada aos alunos que buscam aprovação no vestibular, sugerindo que ela busque outro estabelecimento de ensino.
O jovem tem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e Transtorno de Processamento Auditivo Central. Ela acionou a Secretaria de Educação e o Ministério Público.
No Brasil, a Lei Berenice Piana estabelece que alunos autistas tanto em escolas públicas quanto particulares, têm o direito de serem acompanhados por um profissional especializado.