O Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul, pediu nesta segunda-feira (17) a prisão preventiva do homem que manteve a esposa em cárcere privado por cerca de oito anos em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Ao pedir a prisão do investigado, a Promotoria de Justiça destaca a periculosidade do suspeito e a necessidade da medida para a garantia da segurança da mulher e de seus familiares. O MP acompanha as investigações para posterior oferecimento de denúncia, e atua para garantir que a vítima receba o devido acompanhamento psicológico pela rede local de proteção”, declarou o órgão em nota.
Em depoimento, ela contou à polícia que não podia usar o celular e que já tinha sido amarrada, asfixiada e ameaçada com uma faca, além de ser vítima de agressões com socos, chutes e puxões de cabelo.
Na semana passada, ela conseguiu enviar um e-mail para a Casa da Mulher Brasileira, pedindo socorro: "Eu sofro muita violência doméstica e não consigo ir até a delegacia. Estou sendo vigiada por câmeras 24 horas. Tenho um filho de 4 anos e quero sair de casa com meu filhinho. Ele vê tudo o que eu passo". As informações foram repassadas à polícia, que localizou a casa e libertou a mulher.
O marido chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto após a audiência de custódia. Ele vai responder pelos crimes de sequestro, cárcere privado, dano emocional e ameaça. A mulher e o filho foram levados para uma casa de acolhimento em outra cidade.
A justiça concedeu uma medida protetiva que proíbe o acusado de se aproximar da mulher e do filho. Em depoimento à polícia, a vítima disse que os familiares do marido sabiam das agressões, mas nada faziam.
