O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Militar de São Paulo estão desde a última semana realizando operações para sufocar o núcleo financeiro do PCC.
A polícia do estado anunciou o avanço de duas frentes contra a facção criminosa e estima que o PCC tenha movimentado R$ 1 bilhão por ano com os negócios criminosos dentro e fora do Brasil.
No litoral de São Paulo, a operação em resposta aos ataques a policiais chega na sua segunda fase. A primeira prendeu quase mil suspeitos e resultou na morte de 28 indivíduos. Já o Ministério Público quer sufocar a área financeira da facção com a também segunda fase da Operação Sharks. A primeira, concluída em 2020, revelou o organograma da maior facção do país e seus tentáculos financeiros. Desta vez, duas pessoas foram presas e os investigadores conseguiram apreender bens de luxo.
Os promotores do Gaeco afirmam que o PCC tem como principais líderes Odair Lopes, o Dezinho, e Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, em substituição a Marcola. Odair está preso desde julho. Tuta está foragido e a suspeita é que ele esteja escondido na Bolívia.
O MP também identificou que os chefes da facção usam parentes e amigos para lavar o dinheiro com estabelecimentos e imóveis e pediu à justiça o bloqueio de valores e o sequestro dos bens.
Para a polícia, o principal negócio da facção criminosa é o tráfico internacional, com o envio de drogas a partir do Porto de Santos. A Baixada é um dos pontos estratégicos para o crime organizado. E lá a polícia tem uma nova missão para sufocá-lo.
No final de julho, forças de segurança deram início à Operação Escudo, após o assassinato do soldado Reis, da Rota. A ação durou 40 dias e contou com a participação de 600 agentes. Já a segunda fase é motivada pela morte de outro policial: o sargento aposentado Gerson Lima foi atacado a tiros na porta de casa, em São Vicente.
A nova investida da polícia será menor, com 100 policiais. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os Baeps, equipes especiais da PM, retornam para suas regiões, mas um efetivo do Choque será mantido na Baixada. A segunda fase da Operação Escudo, que foi criticada por organizações dos direitos humanos pelas circunstâncias das mortes de suspeitos, não tem hora para acabar.