Demora no atendimento e atraso em cirurgias: pacientes denunciam hospital de SP

Denúncias feitas à reportagem da Band apontam que pacientes receberam alta sem avaliação médica e pessoas internadas nos corredores do Hospital Geral Pirajussara, em Taboão da Serra

Por Cesar Cavalcante

Demora no atendimento e atraso em cirurgias: pacientes denunciam hospital de SP
Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra
Reprodução/Secretaria de Saúde SP

Negligência na área da saúde. Pacientes do Hospital Geral Pirajussara, em Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, relatam que ficam abandonados sem receber atendimento por horas, atraso para realização de cirurgias e até diagnósticos incorretos dados pela equipe médica

Além da suspeita de uma doença grave, a Licia ainda enfrenta demora no atendimento neste hospital público. “Desde a Unidade Básica de Saúde (UBS) vem fazendo exames e o médico suspeita de leucemia”, disse a irmã da paciente, Livia Laranjeira.

“A médica deu alta sem avaliação médica. Aí eu cheguei às 8 da manhã de segunda e ela avaliou minha irmã meia-noite. A médica gravou um áudio dizendo que o atendimento que minha irmã precisava não poderia ser aqui e que ela estaria de alta”, completou Lívia Laranjeira. 

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou à reportagem do Bora Brasil a alta dada à Licia. Mas depois que a família reclamou, o caso foi reavaliado e a paciente foi finalmente internada para a realização de exames. 

“Ela está aguardando o mielograma, que é a punção da coluna, para ter o diagnóstico da leucemia. O médico tinha solicitado na semana passada. Minha irmã está aguardando há 8 dias e o exame ainda não foi realizado. Disseram que o médico vem de fora e vem duas vezes por semana. Já era para ter feito a coleta”, destacou Lívia Laranjeira. 

“Pela minha irmã eu vou brigar sim, quantas vezes for preciso. Se eu não brigar por ela, ninguém vai lutar”, pontuou a irmã da paciente Lícia. 

Além do caso da Licia, a reportagem da Band recebeu vídeos de dois pacientes. Um que aguarda cirurgia de emergência na clavícula há dois dias no corredor. E outra esperando há quase duas semanas uma cirurgia cardíaca. 

A paciente Camila Ferreira Caetano, que passou pela remoção de um tumor na cabeça, há dois meses, também enfrentou demora no atendimento. “Perdi o movimento do lado esquerdo e não estava conseguindo me mexer. Você fica tocando a campainha, chamando, e eles demoram. Não tinha ninguém para me ajudar, a me dar banho”, declarou. 

A Band apurou também que uma mulher que levou a mãe idosa ao hospital precisou chamar a Polícia Militar para conseguir a receita dos remédios prescritos pela médica. Ela passou por duas consultas: na primeira, recebeu o diagnóstico de herpes zoster. Na segunda, após conseguir, por insistência da família, fazer exames, teve o diagnóstico correto: pneumonia. 

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde declarou que Licia passou por novos exames e aguarda agendamento para coleta de mielograma. A pasta ainda afirmou que o Hospital Geral de Pirajussara atua com escala completa de médicos em todos os setores e que os pacientes são atendidos conforme classificação de risco. 

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