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Pedro Sánchez permanecerá no cargo de primeiro-ministro da Espanha

Premiê espanhol levantou a possibilidade de renunciar após denúncias contra sua esposa, Begoña Gómez, investigada por tráfico de influência e corrupção. MP da Espanha pediu o arquivamento do caso

Da Redação

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Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez
REUTERS/Clodagh Kilcoyne

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que irá permanecer no cargo após sofrer pressão devido uma investigação em andamento contra a esposa, Begoña Gómez. 

Sánchez teve uma reunião com o rei espanhol Felipe VI e o anúncio foi feito após o encontro com o monarca. Em pronunciamento, o premiê apelou a uma reflexão coletiva, bem como à eliminação do que descreveu como práticas tóxicas na vida pública.

"Decidi continuar, se possível ainda mais forte, como primeiro-ministro. Isto não é um negócio como sempre, as coisas vão ser diferentes", disse Sánchez. “Assumo perante vocês o meu compromisso de trabalhar incansavelmente, com firmeza e serenidade, pela regeneração pendente da nossa democracia e pelo avanço e consolidação dos direitos e liberdades”, acrescentou. 

“Apelo, portanto, à consciência coletiva da sociedade espanhola. Uma sociedade que, por meio de acordos generosos, soube superar as feridas terríveis e profundas do pior do seu passado. Vamos mostrar ao mundo como se defende a democracia”, declarou o primeiro-ministro. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou na última quinta-feira com Sánchez e enviou seu apoio ao líder espanhol. Em postagem na plataforma X, antigo Twitter, Lula disse que expressou sua "solidariedade a sua liderança e papel por uma Espanha democrática e cada vez mais justa, próspera e humana".

"Sua força e papel são importantes para o seu país, para a Europa e para o mundo", disse o presidente, que é um aliado próximo de Sánchez, a quem recebeu no Palácio do Planalto em março deste ano.

Entenda o caso 

O Ministério Público da Espanha pediu na última quinta-feira (25) o arquivamento de uma investigação preliminar aberta contra a esposa do primeiro-ministro Pedro Sánchez. Um tribunal em Madri informou em 24 de abril ter iniciado uma investigação sobre "tráfico de influência e corrupção" contra Begona Gómez, para averiguar se a primeira-dama espanhola havia abusado de sua posição para, supostamente, garantir patrocinadores para um curso de mestrado universitário que ela dirigia.

Gomez, 49 anos, não ocupa cargo público e mantém um perfil político discreto. A investigação foi aberta em resposta a uma denúncia do grupo de ativismo anticorrupção Manos Limpias ("Mãos Limpas"), cujo líder tem ligações com a ultradireita espanhola.

Denúncias com base na imprensa

O grupo, que já entrou com uma série de pedidos frustrados de investigação contra políticos, afirmou em nota que suas denúncias eram baseadas em relatos na imprensa, e não podia garantir a veracidade das mesmas. A nota diz ainda que, se as informações não forem verdadeiras, os que as publicaram que terão de "assumir as responsabilidades".

Embora a Manos Limpias se descreva como um sindicato, sua principal atividade é a propositura de ações judiciais, como a chamada "acusação popular". Essa peculiaridade da lei espanhola permite que indivíduos ou entidades participem de determinados processos criminais, mesmo que não tenham sido diretamente prejudicados pelo acusado.

O fundador do grupo, Miguel Bernard, lidera um pequeno movimento de extrema-direita chamado Frente Nacional. Em 2021, ele foi condenado a quatro anos de prisão por envolvimento em um suposto esquema de extorsão, mas acabou sendo inocentado por falta de provas.
 

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