O policial militar Vinicius de Lima Brito, que executou o jovem Gabriel Renan da Silva Soares no estacionamento de um mercado na Zona Sul de São Paulo, foi preso. O caso ocorreu no dia 4 de novembro.
Após pedido do Ministério Público, a Justiça aceitou o pedido e decretou a prisão do agente. Com a decisão, o policial será encaminhado ao presídio Militar Romão Gomes, da corporação, na capital paulista após audiência de custódia. Ele é o segundo agente preso envolvido em casos de violência nesta semana.
O promotor Rodolfo Justino Morais, da 3° Promotoria do Júri de São Paulo, alegou que a liberdade do acusado põe em risco a ordem pública e prejudicará a união de provas e o recolhimento de depoimentos das testemunhas. Para ele, o PM praticou homicídio qualificado e usou a arma da polícia para praticar o crime.
“O policial militar envolvido na ocorrência do dia 4 de novembro, na zona sul, teve o pedido de prisão preventiva representado pelo Ministério Público e acatado pela Justiça. O agente será conduzido ao Presídio Romão Gomes nesta sexta-feira (6), após audiência de custódia”, informou a Secretaria de Segurança Pública em nota.
Segundo a pasta, “mesmo com a prisão do policial, as investigações prosseguem para esclarecer todo o caso”. O governo estadual também declarou que familiares da vítima foram ouvidos e diligências estão em andamento para identificar e qualificar a testemunha que esbarrou na vítima durante fuga do mercado, momentos antes de ser alvejada.
Reprovação no teste psicológico
Vinicius de Lima Brito, que estava afastado das atividades, foi reprovado no exame psicológico na primeira tentativa de entrar na Polícia Militar. Na ocasião, o resultado do teste apontou que ele tinha descontrole emocional.
Em outra tentativa, ele foi aprovado. Porém, ele é investigado, além da execução no mercado, em outro processo envolvendo a morte de duas pessoas na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, durante uma tentativa de assalto. A arma usada por ele não foi encontrada.
Execução de jovem em mercado
Um jovem foi morto a tiros pelas costas por um policial à paisana em frente a um mercado na Zona Sul de São Paulo. Em depoimento, o agente havia alegado legítima defesa.
As novas imagens da execução foram divulgadas pela família da vítima. O caso aconteceu no início do mês de novembro.
O jovem, que usava um moletom vermelho com capuz, foi até o mercado e realizou um furto de produtos de limpeza. Na sequência, quando ele sai do local, ele esbarra em uma pessoa, escorrega em um papelão e cai no chão do estabelecimento.
Um policial à paisana, que estava no caixa do local, atira pelas costas no jovem. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado declarou que o agente foi afastado das atividades operacionais e o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Tarcísio admite que estava errado sobre câmeras corporais
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), admitiu nesta quinta-feira (5) que estava errado ao criticar o uso de câmeras corporais pelos agentes da Polícia Militar do Estado.
“Se você pega, por exemplo, a questão das câmeras, eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma opinião equivocada, fruto da experiência pretérita, que tive, que não tem nada a ver com segurança pública”, disse o governador.
Durante a campanha de 2022, Tarcísio chegou a dizer que se opunha ao uso do equipamento pelas forças de segurança. A repercussão negativa fez o então candidato recuar na postura ainda durante o pleito.
“Hoje, eu estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Nós vamos não só manter o programa como ampliar o programa”, disse.
Tarcísio de Freitas aponta por uma mudança de atitude envolvendo a segurança pública após os casos de abuso de autoridade flagrados em imagens na última semana. Nesta quinta, o policial que jogou um suspeito de uma ponte foi preso.
“É hora de ter humildade e ver que tem alguma coisa que não está funcionando. O discurso de segurança jurídica que a gente precisa dar para os agentes de segurança para combater de forma firme o crime, não pode ser confundido com salvo-conduto”, afirmou Tarcísio de Freitas.
Apesar disso, o governador voltou a defender a permanência do secretário de Segurança do Estado, Guilherme Derrite.
“No momento de crise, você não deve fazer mexidas. Não é a hora. Imagina que se cada situação difícil que você enfrentar, eu deixo de ter a confiança nas pessoas e parto para uma mudança generalizada. Eu interpreto isso como uma coisa ruim”, afirmou.