Polícia do RJ ouve mais duas mulheres que seriam vítimas de médico estuprador

Marido da vítima flagrada em vídeo também deve ser ouvido. Anestesista Giovanni Quintella é considerado criminoso em série

Da redação

A polícia vai ouvir nesta quinta-feira (14) mais duas mulheres que teriam sido vítimas de Giovanni Quintella. O marido da mulher, cujo flagrante causou a prisão do anestesista, também é esperado. Até o momento, 13 pessoas já foram ouvidas.

Após receber denúncias de outros casos, a polícia trata o médico como um criminoso em série. A Delegacia da Mulher de São João de Meriti vai investigar se outras 20 mulheres foram vítimas do anestesista. Até o momento, ele é investigado por seis estupros. 

Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante nesta segunda-feira (11) depois de ser filmado abusando de uma paciente durante um parto no Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Quintella está isolado no presídio de Bangu 8 por ter sido hostilizado por outros detentos. A justiça converteu em preventiva a prisão do anestesista. Ele deve ser indiciado por estupro de incapaz.

No prontuário médico, encaminhado à perícia, consta que uma das vítimas foi sedada com Propofol, anestésico que deixa a gestante totalmente inconsciente e que só costuma ser usado em casos extremos.  

A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, explica que a prisão em flagrante só foi possível porque um grupo de enfermeiros, formado principalmente por mulheres, desconfiou da quantidade de anestesia que o médico dava às pacientes e decidiu gravar um dos procedimentos na madrugada desta segunda-feira (11).

"Diante dessas suspeitas, na terceira cirurgia eles decidiram posicionar um celular dentro de um armário com vidro escuro e felizmente tiveram êxito na gravação de todos os atos", disse a delegada.

A delegada disse que o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra “é um criminoso em série”.

“Diante da repetição das ações criminosas e de uma característica de compulsividade que se observa, da possibilidade de várias vítimas terem sido feitas naquelas condições, nós podemos afirmar que se trata de um criminoso em série”, falou a delegada.

“Nós precisamos ter um parecer técnico de qual é essa droga, qual é a medicação, qual é a natureza e se ela era inadequada para aquele procedimento. Se também a medicação que foi apreendia corresponde ao que está no prontuário. E também a dosagem, se a dosagem era adequada, se era além. Nos parece, já, que a sedação era desnecessária”, complementou a delegada.

Em relação aos medicamentos utilizados por Giovanni, Bárbara Lomba disse que a sedação era “desnecessária”.

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