Violência patrimonial: saiba como identificar o crime

Muito se falou em violência patrimonial após denúncias de alguns famosos. 'A violência patrimonial é uma das seis violências listadas dentro do relacionamento abusivo’, diz a psicóloga Camila Fardin Grasseli

Wagner de Oliveira

Em 2023 muito se falou de violência patrimonial depois que alguns famosos, como a atriz Larissa Manoela, apresentadora Ana Hickmann e a cantora Naiara Azevedo, fizeram denúncias sobre o tema. Mas como identificar esse tipo de crime?

No caso de Larissa Manoela, os pais tinham total controle da vida financeira dela, que descobriu, inclusive, saques realizados sem autorização. Ana Hickmann também revelou que sofreu violência física e patrimonial do marido.

“É uma violência muito comum, trazida pela lei Maria da Penha. A gente tem o errôneo pensamento que apenas a violência física é tipificada pela lei, não. Existem outras formas de violência que a lei Maria da Penha trouxe e a violência patrimonial é uma delas, que é justamente a destruição de objetos, retenção de documentos. Uma forma de manipular os bens dessa mulher”, declarou a delegada Danúbia Quadros. 

A psicologa Camila Fardin Grasseli conta que muitas mulheres demoram um certo tempo para identificar que estão sendo vítimas de violência patrimonial. E para se livrar dessa situação é importante buscar ajuda. 

“A violência patrimonial é uma das seis violências listadas dentro do relacionamento abusivo. O parceiro, aos poucos, começa a tomar decisões financeiras pelo casal e, em pouco tempo, vai tomando conta do dinheiro todo do casal ou da vítima. É muito comum que esse parceiro diga: ‘se a gente se separar, onde você vai morar? Nem tem dinheiro para pagar advogado’”, disse a psicóloga.  

Não é possível quantificar especificamente a violência patrimonial, pois normalmente ela vem acompanhada de outras e muitas vezes são subnotificadas. Seja qual for a violência, é sempre importante denunciar. 

“Desde a primeira forma de violência, qualquer que seja ela, psicológica, física, patrimonial… É denunciar desde a primeira forma de violência, para não agravar ainda mais essa conduta criminosa”, completou a delegada Danúbia Quadros. 

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