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Justiça impede paralisação de médicos em SP

Uma liminar impediu a paralisação dos médicos na rede pública da capital paulista

Por Leonardo Zvarick

Reunidos em frente à Prefeitura de São Paulo, os manifestantes pediram melhores condições de trabalho e a contratação de mais médicos para atuar na atenção básica. Com a explosão de casos da variante ômicron da Covid-19 nas últimas semanas, mais de três mil profissionais da saúde municipal estão afastados do serviço.

Na unidade em que Isabela Barroso trabalha, dos cinco médicos, três estão de licença. Com a equipe incompleta, os profissionais que estão na linha de frente acabam sobrecarregados. “Acaba sobrecarregando os dois médicos, que estão disponíveis para atender a população fazendo o trabalho de cinco que deveriam estar na linha de frente”, explicou a médica.

Além do desfalque nas equipes, há relatos de falta de insumos e medicamentos em várias unidades. Para pressionar a gestão municipal por mais contratações, a categoria previa um dia de paralisações nesta quarta-feira (19), mas uma liminar obtida na Justiça pela prefeitura proibiu o movimento grevista, sob multa de R$ 600 mil reais.

“Há dois anos já fazendo milagre na atenção primária e não tem direito a greve como os outros trabalhadores”, disse o médico Augusto Ribeiro. 

Diante da possibilidade de uma greve, a prefeitura de SP anunciou a contratação de 700 médicos e profissionais de enfermagem para atuar nas unidades de saúde, número que, segundo o sindicato que organizou a mobilização, é insuficiente para repor todos os profissionais afastados.

“Precisaria de 900 médicos a mais de atenção primária. O déficit é muito grande, está faltando medicamento, faltando insumo, está faltando teste de Covid-19”, explicou Victor Vilela Dourado, presidente do Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo). 

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