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Pacientes com rins transplantados sofrem há 6 meses sem remédio de alto custo

Sem o tratamento adequado, essas pessoas podem sofrer com a rejeição de órgãos e até retornar para a hemodiálise

Por Elaine Freires

Pacientes com rins transplantados sofrem há 6 meses com falta de medicamento de alto custo em todo o país. O Ministério da Saúde é responsável pela compra do remédio, mas não tem enviado estoque suficiente do Micofenolato de Sódio para os Estados.

Sem o tratamento adequado, essas pessoas podem sofrer com a rejeição de órgãos e até retornar para a hemodiálise. Cerca de 30 mil pessoas estão na fila por um transplante de rim no Sistema Único de Saúde.

Como se não bastasse a demora de anos para conseguirem o procedimento, pacientes ainda enfrentam dificuldades para seguir com o tratamento.

Desde outubro do ano passado, em todo o país há uma série falhas no abastecimento do Micofenalato de Sódio, como explica o presidente da Associação Brasileira de Transplantados Edson Arakaki.

 “Há falhas pontuais em vários estados. A gente observa que o Ministério da Saúde erra no planejamento, porque não falta matéria-prima para a rede privada comprar o remédio”, explica.

O Micofenolato de Sódio é fabricado pelo Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército, mas, a compra e distribuição para os estados é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Desde segunda-feira (4), a Pasta não responde aos questionamentos da BandNews FM.

Pacientes transplantados podem levar uma vida normal, desde que tomem o remédio em dia. Cada pessoa deve tomar a dose conforme o tratamento indicado, mas diante do desabastecimento Romildo Gomes Neres foi autorizado pela médica a utilizar uma composição diferente.

 “O problema é que a superdosagem pode trazer efeitos colaterais como diarreia e tremedeira, mas não tenho opção. Preciso tomar o remédio”, desabafa Romildo.

Os imunossupressores baixam a imunidade do organismo para que o corpo não rejeite o órgão transplantado e até retornar para a hemodiálise. Fora do SUS, esses medicamentos podem custar até R$ 3 mil.

A ouvinte da BandNews FM e aposentada Mônica Secco já pesquisou os valores com receio do marido Edemilson ficar sem o tratamento adequado.

A Secretaria de Estado da Saúde informa que o medicamento Micofenolato de 180mg tem previsão de regularização na primeira quinzena de abril e o de 360mg na segunda quinzena deste mês.

A pasta estadual diz que segue cobrando o Governo Federal e aguarda a regularização dos medicamentos. 

O governo de São Paulo ressalta ainda que apenas redistribui os medicamentos e comunica os pacientes assim que o órgão federal realiza as entregas e as farmácias são abastecidas.

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