Um esquema de lavagem de dinheiro está sendo desmontado pela polícia, em Campinas, interior de São Paulo.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, colocou em pratica a terceira fase da operação Sumidouro e foi direto na sede da Altercamp, uma cooperativa do transporte público de Campinas.
Segundo a polícia, integrantes do PCC usam esta empresa de ônibus para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
A polícia foi atrás dos chamados laranjas, que são pessoas que tem o nome usado de fachada, nos negócios. Mas eles na verdade não têm nada a ver diretamente com o esquema, apenas emprestam os documentos e recebem dinheiro por isso. No entanto, fazem parte da quadrilha da mesma forma.
Como os integrantes do PCC não podiam administrar essas empresas de ônibus com os próprios nomes, eles aliciavam pessoas aleatórias. Por exemplo, os diretores de transporte era um porteiro e o outro um caminhoneiro. Pessoas que nunca foram até a sede da empresa.
Segundo a polícia, o PCC comanda a maioria das linhas de ônibus desta cooperativa. Ao todo, são mais de mil veículos que atendem diariamente cerca de 200 mil usuários do transporte público. Tudo para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
A polícia cumpriu três mandados de prisão, mas os alvos já estavam na cadeia. Além disso foram mais dez de busca e apreensão, cumpridos na cooperativa e em residências de pessoas ligadas as linhas de ônibus. Foram apreendidos computadores, celulares e duas espingardas. Duas pessoas também foram detidas.
As investigações apontam ainda que as empresas de ônibus ligadas a cooperativa recebiam subsídios da prefeitura para prestar o serviço na cidade.
Dois dias antes, durante a fase anterior da operação Sumidouro, os agentes já haviam detido 15 pessoas e apreendido cerca de R$ 140 mil em dinheiro e 5 milhões de microtubos vazios para embalo de entorpecentes.
Esta não é a primeira vez que a polícia de São Paulo investiga empresas de ônibus que são usadas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Em 2020, investigações já apontavam um forte esquema na capital paulista, pela Transunião, empresa de transporte público, que segundo a polícia, era comandada pelo PCC.
O esquema começou a ser desmontado, mas no meio do caminho, muitos crimes aconteceram e até morte.
Em marco de 2020, Adalto Jorge Soares, ex-presidente da Transuniao, foi morto e segundo a polícia, o motivo foi o não repasse de dinheiro ao PCC.
Ainda segundo as investigações, Senival Moura, vereador do PT na capital paulista na época, também foi jurado de morte, mas, escapou do tribunal do crime por interferência de um funcionário da empresa de ônibus ligado ao PCC.