A tentativa de fuga de uma chácara em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, não teve a menor chance diante da operação montada pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil), com o apoio do GER (Grupo Especial de Resgate).
A prisão de Gilberto Eric Rodrigues nesta quinta-feira (13) encerra o trabalho da Polícia na investigação da execução do estudante Guilherme Silva Guedes, que tinha 15 anos quando foi assassinato em 14 de junho do ano passado. Quando a mãe de Guilherme recebeu a mensagem do delegado Rodolpho Chiarelli informando da prisão, ficou emocionada.
Câmeras de segurança registraram quando o adolescente foi sequestrado por dois homens na entrada de um beco bem ao lado da casa dele, na zona sul de São Paulo. As imagens mostravam que um deles estava armado.
O jovem foi levado a uma mata na beira de uma rua deserta, já em Diadema, a 8 km do local do sequestro. De acordo com peritos do Instituto de Criminalística e do IML, Guilherme foi executado com dois tiros na cabeça.
No primeiro deles, Guilherme estava de costas, com as mãos atrás da cabeça e os dedos entrelaçados. O disparo atravessou a mão e atingiu a nuca da vítima. O segundo, já depois que ele havia caído no chão, foi disparado contra o rosto.
Naquela noite, o canteiro de obras de uma empresa que presta serviços para a Sabesp foi invadido. No local, carros foram vandalizados e grades acabaram quebradas. O vigilante que cuidava do endereço ligou para a firma de segurança contratada pela empresa.
O dono, Adriano Fernandes, foi até lá junto com Gilberto. De acordo com a investigação do DHPP, os dois encontraram Guilherme, que não havia saído da frente de casa em nenhum momento, e decidiram que era ele o autor do vandalismo.
Adriano foi preso há quase um ano. O DHPP teve ajuda da Corregedoria da Polícia Militar para elucidar o caso, porque os dois assassinos eram PMs.
Gilberto responde por 11 homicídios – sete deles em uma chacina – e havia sido preso no presídio Romão Gomes (exclusivo para crimes cometidos por policiais militares). Na prisão desta quinta-feira, os policiais encontraram com ele uma pistola e documentos falsos.
“Ele é um indivíduo de alta periculosidade, um dos únicos que conseguiu fugir do presidio Romão Gomes, da Polícia Militar, e não havia sido recapturado até hoje. Ele ficou seis anos foragido”, informou o delegado Fábio Pinheiro Lopes, DHPP, ao Brasil Urgente.