Cada vez mais frequentes, os roubos de celular com violência em São Paulo servem para alimentar um mercado criminoso, que ganhou proporções internacionais. Os assaltos, que ocorrem diante dos olhos da população e da equipe do Brasil Urgente, terminam com os celulares roubados vendidos para a África, segundo investigação da Polícia Civil.
"Um aparelho celular sozinho vale um bom dinheiro, um aparelho celular desmontado, suas peças, também valem um bom dinheiro", explica o delegado Daniel Borgues.
Há um ano policiais civis monitoram os roubos de celulares na capital paulista. A investigação chegou a uma organização criminosa comandada por estrangeiros responsáveis por movimentar mais de R$ 10 milhões no esquema.
Segundo um levantamento feito a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública, em 2023, um celular foi roubado ou furtado a cada três minutos em São Paulo. Foram mais de 300 mil aparelhos levados.
Os celulares, após o roubo, saem de São Paulo e entram no Paraguai, por Foz do Iguaçu. Do país vizinho, os celulares são enviados para o continente africano. A investigação chegou a dois descendentes de libaneses que atuavam como operadores financeiros da quadrilha, que garantiam uma vida de luxo aos revendedores e receptadores.
“Eles ostentavam com carrões, roupas de marcas. A investigação descobriu que os descendentes de libaneses faziam o repasse. Outra ação com dois indivíduos árabes terminou com 100 celulares apreendidos”, diz o delegado.
A investigação agora tenta chegar no restante da organização criminosa operada pelos libaneses. Já os brasileiros tentam seguir na maior cidade do país, em meio a tanta violência. Nem sempre é possível dar passos adiante e seguir ileso.