O Brasil Urgente teve acesso ao inquérito do Ministério Público de São Paulo que revela a participação do principal líder do tráfico de drogas na Cracolândia. Segundo o MP, Leonardo Moja. Conhecido como Léo do Moinho exerce a liderança central de todo esquema criminoso na região central de São Paulo.
Na condição de faccionado do Primeiro Comando da Capital, planejou e edificou uma verdadeira "empresa do crime", com divisão de tarefas, planejamento de lucro ilícito, domínio territorial, violência, intimidação, imposição da "disciplina", além de envolver a corrupção de agentes públicos e a lavagem de capitais.
Imagens obtidas pelo Brasil Urgente mostram o controle que foi criado em uma área pública do Centro de São Paulo. Cones na entrada da favela do Moinho e um acesso restrito com monitoramento, inclusive, via rádios comunicadores. Este é um dos locais de observação da rede montada pelo traficante. Tem até uma cachaça na entrada, cama e uma privada, o mínimo necessário para que haja um revezamento nos turnos da madrugada.
A vigilância do crime organizado acontece 24 horas por dia. Um traficante avisa a chegada da Polícia. Ele está posicionado no alto de uma laje dentro do Moinho. É este criminoso de boné vermelho.
Ainda segundo o Ministério Público, "foi necessário o domínio territorial da "Favela do Moinho", tornando o local como "quartel general" do ecossistema criminoso que, para o sucesso, do seu funcionamento, faz uso da captação ilícita de sinais de rádios transmissores das forças policiais, e a "manutenção da ordem" exercida por meio dos "Tribunais do Crime". Tudo liderado por Léo do Moinho.
Léo trouxe para trabalhar junto com ele ex-presidiários ligados ao PCC e familiares para continuar o tráfico e a lavagem de dinheiro. Em uma outra imagem mostra Alberto Moja, vulgo Nenê, irmão do Léo do Moinho. Para os investigadores Alberto é "responsável pelo assassinato de um possível membro da facção Comando Vermelho no interior da favela do Moinho, no ano de 2019."
A família utilizava hotéis no Centro de São Paulo para lavar dinheiro do crime organizado. Outros integrantes do PCC usavam hotéis como entrepostos e distribuição de drogas, além da prostituição.
A prostituição é só mais um dos "investimentos" feitos pelo PCC no Centro de São Paulo. Os ferros-velhos movimentam milhões de reais por ano. O crime organizado explora os dependentes químicos como massa de manobra.
Em imagens obtidas pelo Brasil Urgente mostram que um homem chega com uma cesta na mão, de acordo com o MP, são fios de cobre e peças de alumínio furtadas no Centro. Depois de pesar, o dono do ferro velho chega com o pagamento. É pinga.
A prática se tornou comum, usar pessoas viciadas para roubar e furtar, o pagamento custa pouco, mas para um dependente químico vale o risco e dessa forma o sistema criminoso é alimentado diariamente no coração da maior cidade do país.