Corpo de liderança do PCC é encontrado em cemitério clandestino na Grande SP

Gilberto Flares Lopes Pontes tinha 39 anos; suspeita é de que ele tenha deixado de cumprir obrigações com chefões da organização

Da Redação, com Brasil Urgente

O corpo de uma importante liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das principais organizações criminosas do estado de São Paulo, foi encontrado em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. As informações são do Brasil Urgente.

Gilberto Flares Lopes Pontes tinha 39 anos e era foragido da polícia desde que foi alvo da Operação Sharks, do Ministério Público de São Paulo, em outubro de 2020.

Na ocasião, a polícia cumpriu 11 mandados de prisão e 40 de busca e apreensão contra criminosos ligado ao cartel de drogas paulista.

Gilberto era apontado pelo Ministério Público como um dos chefes do núcleo financeiro do PCC. Para despistar os investigadores, ele tinha vários apelidos.

De acordo com a denúncia da Operação Sharks ao qual o Brasil Urgente teve acesso, Gilberto atuava no setor territorial, responsável por promover a expansão do PCC para outros estados. Interceptações telefônicas mostram que outros integrantes da quadrilha se referiam a ele como “chefe”.

“Dinamarca”, como também era conhecido, tinha o nome do grupo restrito das lideranças da organização criminosa, respondendo diretamente a Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, apontado como homem forte do PCC nas ruas, ligado a Marcos Camacho, o Marcola. Tuta ainda está foragido.

O corpo de Gilberto estava com o de outro criminoso, também ligado ao PCC, em um cemitério clandestino em São Bernardo do Campo. A suspeita da polícia e do MP é de que ele tenha deixado de cumprir obrigações com a cúpula da organização dentro das cadeias.

O PCC vive um racha entre lideranças. Em 2019, o então número 1 da facção criminosa nas ruas, Gegê do Mangue, foi morto em uma emboscada no Ceará. Na sequência, chefões ligados ao crime foram fuzilados em São Paulo.

A polícia e o Ministério Público suspeitam que, além de Gilberto, outros integrantes da cúpula do PCC foragidos, na realidade, estejam mortos.

Carros

Os dois corpos foram encontrados em uma estrada e já foram levados ao IML (Instituto Médico Legal). Cordas utilizadas para amarrar as vítimas também foram achadas. Ambos estavam cobertos por uma manta.

Enquanto a polícia estava no local onde foram achados os corpos, que tinham sinais de violência, um morador se aproximou dos policiais e fez um relato. Dois homens pararam no local em dois carros no dia 25, e quando perceberam que eram observados, foram embora.

A polícia investiga se os dois carros que estiveram no local têm relação com o crime ou se estavam despejando entulho.

“Antigamente, aqui era corpo dentro de carro, corpo no porta-malas, você escutava daqui as explosões dos carros lá para baixo. Eles vinham e deixavam os carros com corpo dentro, às vezes deixavam os carros explodindo”, relata uma testemunha.

Gilberto era procurado pela Justiça, condenado por associação criminosa, receptação, roubo e por porte ilegal de armas. O segundo corpo foi identificado como Daniel da Costa Lopes, que saiu da cadeia em 2016 depois de cumprir pena por homicídio.

Por serem membros importantes de uma facção criminosa, a polícia apura quais papéis esses homens tinham no mundo do crime. As informações podem levar a resoluções de outros casos importantes.