
A operação deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, batizada de “Prodotes”, já prendeu 15 agentes da corporação, desde o início das investigações sobre vazamento de investigações e execução do empresário Vinicius Gritzbach. O último revelado foi detido temporariamente nesta quinta-feira (16), suspeito de ser um dos atiradores do delator do PCC.
Os outros 14 estão com mandado de prisão preventiva. Segundo o corregedor, todos estão, de alguma forma, ligados ao delator do PCC. A maioria fazia a segurança particular do criminoso, mesmo sabendo que o empresário continuava lavando dinheiro para o crime organizado.
“Todos esses PM tinham conhecimento que Vinícius era réu. Aderiram à segurança pessoal do indivíduo”, disse o corregedor da PM, Fábio Sérgio do Amaral.
Entre os presos, está um tenente que colaborava com bico ilegal feito pelos PMs. Na prática, segundo a investigação, ele facilitava a escala dos subordinados.
Os quatro seguranças que buscariam Gritzbach no aeroporto também foram presos. Para o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, crimes cometidos por agentes não serão tolerados.
A Operação Prodotes ainda cumpriu sete mandados de busca e apreensão na capital e Grande São Paulo. As investigações tiveram início em abril de 2024, com uma denúncia anônima de que informações sigilosas estavam sendo vazadas a criminosos ligados à facção.
Em outubro, um inquérito foi instaurado pela Corregedoria. Constatou-se que policiais militares da ativa e da reserva estavam passando informações privilegiadas a membros do PCC, a fim de evitar prisões e prejuízos financeiros.
Logo nas primeiras horas do dia, o governador Tarcísio de Freitas se pronunciou pelas redes sociais sobre a operação deflagrada hoje. Escreveu que o dia começou com um passo importante para solucionar de vez a execução de Gritzbach e que desvios de conduta serão severamente punidos e submetidos ao rigor da lei.